De um ponto de vista mais rigoroso, a maioria das cidades ditas “amigas” dos ciclistas poderia concentram-se no noroeste da Europa, diz a CNN. O Copenhagenize Index 2013, um ranking realizado por uma consultora de planeamento urbano especializada no veículo de duas rodas em questão (Copenhagenize Design Co.), selecionou os melhores destinos para o efeito. Ao todo foram analisadas 150 cidades, mas apenas 20 encaixam o top, sendo que Amesterdão e Copenhaga lideram a lista. Paris e Hamburgo empatam no 14º (e último) lugar.

No entanto, a CNN quis ir mais longe. Alargou o ângulo de visão e decidiu premiar também a ambição e o progresso. Como tal, apresenta oito cidades que considera serem as melhores do mundo tendo em conta a prática do ciclismo — Berlim (Alemanha), Copenhaga (Dinamarca), Montreal (Canadá, Quebec), Portland (Oregon), Utrecht (Holanda), Sevilha (Espanha), Tóquio (Japão) e Bogotá (Colômbia).

Em Berlim, cerca de 13% das viagens na cidade, diz a CNN, são feitas ao comando de uma bicicleta, o que representa quase o dobro da taxa de há 20 anos. Em alguns subúrbios, os valores chegam a atingir os 20%. Para o jornalista Peter Walker, que escreveu o artigo publicado a 17 de agosto, a percentagem é surpreendente tendo em conta os “longos e gelados invernos”, a abundância de transportes públicos e a tradição alemã em torno do fabrico de automóveis.

Mas há vantagens que a cidade apresenta face ao uso da bicicleta, como o facto de as ruas serem amplas, também como consequência da devastação do segundo conflito mundial, e grande parte do terreno plano. O mais impressionante, diz o autor, “resume-se” à escala: Berlim tem uma população de cerca de 3.5 milhões de pessoas, sendo bastante maior do que Amesterdão.

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Dimensões compactas e tráfico tolerante também fazem de Copenhaga uma cidade ideal para ser descoberta ao pedal de uma bicicleta. Mais de metade dos residentes da capital dinamarquesa usam este meio de transporte ecológico para ir trabalhar ou estudar — estima-se que 650 mil pessoas sejam ciclistas.

Montreal, do outro lado do Atlântico, começou a construir ciclovias na década de 1980 e, atualmente, apresenta mais de 600 quilómetros deste tipo de caminho para veículos de duas rodas não motorizados. No entanto, ainda há trabalho pela frente mas nada que impeça a existência de eventos temáticos, como o festival Go Bike MTL. E o que dizer de Portland? Um Bicycle Plan foi elaborado para 2030, adotado em 2010.

Utrecht é outro destino muito a favor das duas rodas. Exemplo disso é a construção de um espaço de estacionamento para bicicletas, anunciado como o maior do mundo. O ciclismo na cidade é equiparado ao ato de andar, diz a CNN, sendo que capacetes ou roupas de alta visibilidade raramente são utilizados.

No que a promover as bicicletas em ambiente urbano diz respeito, Sevilha é um bom exemplo. Em Tóquio, uma cidade com mais de 13 milhões habitantes, 14% de todas as viagens são feitas via…bicicleta.

Bogotá, na Colômbia, faz por merecer uma “menção honrosa” pelo esforço, apesar de não ser um destino tão óbvio quanto os restantes mencionados. O crédito pertence ao ex-presidente da câmara da cidade, Enrique Peñalosa, que quando no poder cancelou uma autoestrada planeada que iria percorrer o centro da cidade. Em vez disso, começou um processo que, até agora, fez com que Bogotá adquirisse cerca de 300 quilómetros de ciclovias protegidas e, em breve, um plano próprio de bicicletas para alugar.