O lucro da Espírito Santo Saúde (ESS) subiu 44,3% no primeiro semestre deste ano, face a igual período do ano passado, para 8,7 milhões de euros, anunciou esta segunda-feira a empresa.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa adianta que os rendimentos operacionais avançaram 6,4% para 201,1 milhões de euros, face ao primeiro semestre de 2013, “impulsionados principalmente pelo crescimento da atividade do segmento de cuidados de saúde privados (+4,5%) e do Hospital Beatriz Ângelo no segmento de cuidados de saúde públicos (crescimento de 12,5%)”.
O resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) subiu 1% para 28,3 milhões de euros, e a margem EBITDA foi de 14,1%, um decréscimo de 0,8 pontos percentuais face ao primeiro semestre de 2013.
Este desempenho foi justificado “pelo aumento dos custos de estrutura associados ao facto de a ESS ser uma sociedade cotada e pela redução de 1,1 pontos percentuais da margem EBITDA no segmento de cuidados de saúde privados”.
Em relação ao Hospital Beatriz Ângelo (PPP), este evoluiu de um EBITDA negativo de 100 mil euros no primeiro semestre de 2013 para um EBITDA positivo de 1,4 milhões de euros no primeiro semestre de 2014, atingindo uma margem EBITDA de 3,1%, destaca o comunicado.
Em relação às perspetivas deste ano, a ESS “acredita que o setor público continuará sob pressão significativa a nível do financiamento disponível, que poderá ter implicações sobre os níveis de acesso, grau de modernização dos hospitais públicos e motivação dos colaboradores”.
“Nos restantes meses de 2014, a ESS irá manter o enfoque em alavancar a elevada procura que se verifica pelos seus serviços no segmento privado de cuidados de saúde, com o objetivo de continuar a melhorar a utilização da capacidade instalada, o turnover dos ativos e, em consequência, a rentabilidade global”, destaca o comunicado.
Em simultâneo, “a empresa prosseguirá com os planos de expansão da sua capacidade instalada, nomeadamente no Hospital da Luz, no Hospital da Arrábida e no Hospital da Luz – Clínica de Oeiras”.
No segmento de cuidados de saúde públicos, “o grupo estará focado na manutenção dos níveis elevados de crescimento da atividade (expectativa de aumento de 8 a 10%, com base na produção contratada e no desempenho até à data) e na implementação de iniciativas de aumento de eficiência, a fim de continuar a melhorar os níveis de rentabilidade do Hospital Beatriz Ângelo”.
Espera-se que a administração da ESS assuma uma posição esta semana, depois de o Grupo mexicano Angeles ter lançado uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) voluntária sobre o capital da ESS, oferecendo 4,30 euros por cada ação, acima do valor de mercado.
O grupo mexicano condiciona a oferta a um conjunto de condições, nomeadamente a aquisição de “um número de ações representativas de, pelo menos, 50,01% do capital social” da ESS.
A ESS é dona, entre outros ativos, do Hospital da Luz, em Lisboa, e gere, em regime de Parceria Público-Privada, o Hospital de Loures (Beatriz Ângelo).
A ESS é atualmente detida maioritariamente pela Rioforte, empresa do Grupo Espírito Santo (GES) que, a pedido da própria, se encontra sob gestão controlada pelo Tribunal do Comércio do Luxemburgo desde o dia 29 de julho de 2014.