O banco de investimento Goldman Sachs utilizou um veículo financeiro criado no Luxemburgo para emprestar 835 milhões de dólares, cerca de 635,7 milhões de euros, ao BES, avança o The Wall Street Journal. O empréstimo ocorreu em julho, numa altura em que era quase impossível para o BES obter crédito nos mercados financeiros.

De acordo com a publicação, parte desse valor terá sido utilizado para ajudar a financiar a construção de uma refinaria que uma empresa chinesa em dificuldades financeiras está a construir na Venezuela. A petrolífera era um dos maiores credores das empresas do Grupo Espírito Santo.

Em setembro de 2013, a empresa de petróleo venezuelana no âmbito da polémica celebrou um contrato de 834 milhões de dólares com a empresa chinesa Wison Engineering Services. O contrato ocorreu alguns dias depois de a polícia chinesa ter detido um dos acionistas da empresa num processo de corrupção. O BES, que tinha uma presença substancial na Venezuela na altura, foi o banco escolhido pelo Governo venezuelano e pela PDVSA em vários projetos. A PDVSA, por sua vez, adquiriu uma soma significativa da dívida Espírito Santo e tornou-se num dos maiores credores do grupo.

Em maio, o BES contactou o Goldman Sachs para criar um veículo financeiro especial chamado Oak Finance Luxembourg para levantar fundos em dólares. A 3 de julho, fez um empréstimo de 835 milhões de dólares.

O BES poderia ter sido uma boa oportunidade de investimento para o banco norte-americano, mas acabou por tornar-se numa forma de perder dinheiro, segundo o Wall Street Journal. A publicação adianta que o Goldman Sachs estava a ponderar vender dívida do BES a investidores externos, mas não conseguiu compradores, explicou uma fonte próxima do banco.

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