Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás, vai cooperar com a justiça brasileira, denunciando quem no mundo político recebia subornos pelos contratos firmados com a empresa energética e a campanha eleitoral que já está a todo o fôlego no Brasil, tremeu. A Presidente Dilma Rousseff, que tem vindo a cair nas sondagens da primeira volta, é quem mais pode sofrer com esta polémica, já que Paulo Roberto Costa era próximo do ex-Presidente Lula da Silva. Mas, segundo a Reuters, também Marina Silva pode ser prejudicada, tendo em conta o alegado envolvimento de Eduardo Campos, que era o candidato do PSB até à sua morte num desastre de avião (numa lista onde Marina era número dois).
Paulo Roberto Costa, que entre 2004 e 2012 foi diretor de abastecimento da Petrobrás fez um chamado “acordo de delação premiada” na investigação de um esquema de lavagem de dinheiro e evasão fiscal que passava por esta empresa pública – que terá movimentado mais de 3,4 mil milhões de euros ou 10 mil milhões de reais -, denunciando que algumas empresas pagaram a vários políticos para obterem contratos milionários com a Petrobrás. Costa está preso desde o ano passado e terá agora chegado a acordo para entregar à justiça brasileira outros implicados nos crimes de modo a diminuir a sua pena, que pode chegar aos 50 anos de prisão.
Até agora já terá denunciado 49 deputados federais, 12 senadores e um governador. A revista Veja detalhou alhuns dos envolvidos, que incluem o ministro da Energia, o presidente do Senado e o presidente do Congresso brasileiro. O Partido dos Trabalhadores (PT), partido de Dilma Rousseff já estará em alerta. Dilma falou brevemente sobre o caso, prometendo que vai agir, mas pedindo dados factuais: “Asseguro que vou tomar as ações necessárias, mas não vou atuar com base em especulação, eu quero os detalhes”, disse a Presidente.
Paulo Roberto Costa era muito próximo de Lula da Silva, que o tratava por “Paulinho” e foi durante o seu mandato que assumiu cargo na Petrobrás. A Presidente quer evitar a todo o custo qualquer ligação a este crime em plena campanha presidencial.
“Não dá pra dizer que [Dilma] não sabia de nada. Esse é o resultado mais perverso daquela que, para mim, é a pior das marcas do governo do PT, o aparelhamento do Estado Brasileiro. O PT, para se manter no poder, esqueceu aquilo que pregava e até as boas intenções que provavelmente já teve em algum momento”, disse Aécio Neves, candidato do PSDB, considerando este caso o “Mensalão 2”. Gilberto Carvalho, secretário-geral da presidência, defende que estas fugas de informação do processo “só vêm tentar desesperadamente mudar o rumo da campanha”, que afirma estar a correr bem a Dilma Rousseff.