A juíza diz que Oscar Pistorius não queria matar a namorada quando disparou contra a porta da casa de banho do seu quarto, mas ainda pode ser condenado por homicídio involuntário já que o tribunal assume que o atleta disparou deliberadamente e não como um ato reflexivo. O tribunal acrescentou que Pistorius teve conduta negligente, mas a decisão só é conhecida amanhã.

O veredito de Oscar Pistorius, acusado de ter assassinado a namorada, apenas será conhecido na sexta-feira depois de uma intensa sessão no tribunal em Pretória. A juíza fez um resumo de todo o caso e disse que o atleta não será acusado de homicídio premeditado, o que faz com que não seja condenado a prisão perpétua. A acusação falhou ao tentar provar este crime apresentando apenas provas “puramente circunstanciais”.

Mas antes de concluir a sessão – e depois da pausa para almoço -, a juíza disse que Pistorius poderia ter telefonado a alguém ou pedido ajuda aos vizinhos, em vez de disparar contra uma porta fechada. “[Pistorius] agiu de forma precipitada e fez uso excessivo da força. É óbvio que a sua conduta foi negligente”, disse a juíza antes de concluir a sessão desta quinta-feira.

O atleta também não vai ser acusado do crime equivalente a homicídio qualificado em Portugal (que também prevê um certo grau de premeditação), já que esta condenação segundo a lei sul-africana implica que Pistorius quereria causar a morte de quem quer que estivesse por detrás da porta, isso a juíza diz que não aconteceu, já que não havia intenção de matar. Resta a possibilidade de homicídio culposo (ou homicídio involuntário).

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Um dos factores que terá influenciado a decisão da juíza, foi ter considerado que os vizinhos de Oscar Pistorius que disseram no julgamento ter ouvido gritos e disparos vindos da casa do antigo atleta “não são credíveis”. Masipa diz que muitas testemunhas da acusação “enganaram-se em relação aos factos que estavam a relatar”.

Ao relembrar as provas apresentadas quer pela defesa, quer pela acusação, a juíza disse ainda que ia ter em conta que a relação entre Oscar Pistorius e Reeva Steenkamp estava “tremida” antes do homicídio.

Oscar Pistorius declarou-se como inocente e admitiu ter alvejado a namorada, pensando que era um intruso. O incidente ocorreu na noite do dia dos namorados, 14 de fevereiro de 2013. Foram ouvidas 37 testemunhas neste processo.