Dois dias depois de os terroristas do Estado Islâmico terem divulgado as imagens da execução do seu terceiro refém, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, reunir-se-á esta segunda-feira em Paris com os ministros dos negócios estrangeiros de 40 países, incluindo dez nações árabes, para discutir estratégias e soluções para destruir os extremistas do Estado Islâmico.

De acordo com a BBC, a estratégia norte-americana para enfrentar o grupo extremista foca-se no apoio militar às tropas no Iraque, mas também inclui planos para impedir que combatentes estrangeiros se juntem ao grupo, através do corte das suas fontes de financiamento. A conferência, coorganizada pelo Presidente iraquiano Fouad Massoum, servirá para discutir a melhor maneira de pôr em prática estes planos. John Kerry afirma estar “extremamente encorajado” com as diversas promessas de assistência militar para derrotar o grupo terrorista.

Ontem David Cameron acusou o Estado Islâmico de ser uma organização “cruel e insensível”, que justifica os seus atos em nome do Islão. Algo que o primeiro-ministro britânico considerou ser “um absurdo”. Cameron avisou os britânicos de que o Estado Islâmico está a preparar ataques contra o Reino Unido e que, por isso, prepara-se para dar autorização à realização de voos de reconhecimento contra posições dos jihadistas na Síria e no Iraque.

Entretanto, a França já anunciou que se juntará ao Reino Unido na realização desses voos. “Esta manhã [segunda-feira], serão realizados os primeiros voos de reconhecimento, no seguimento do acordo feito com as autoridades do Iraque e dos Emiratos Árabes Unidos”, disse o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, citado pela BBC.

Espera-se que os representantes dos dez países árabes que fazem parte da coligação internacional desenhada pelos Estados Unidos — Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Bahrein, Kuwait, Omã, Qatar, Arábia Saudita e Emiratos Árabes Unidos — estejam presentes. Descontente por não ter sido incluído na lista de países convocados para a conferência, o Irão considerou que a mesma serve apenas para “dar espetáculo”. As críticas também se fizeram ouvir por parte da Síria, que considera que os planos de Barack Obama vão fracassar sem o seu envolvimento. “A Síria lutou contra o terrorismo e está sempre no centro de qualquer batalha real e séria contra terroristas”, declarou à BBC o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Faisal Mekdad.

No domingo, o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou a decapitação do britânico David Haines, pelo grupo extremista Estado Islâmico, classificando-a como um assassínio “cobarde e odioso”. “Este crime é uma chamada de atenção, trágica, para os perigos crescentes que os trabalhadores humanitários enfrentam cada dia na Síria”, refere um comunicado do Conselho, subscrito pelos seus 15 membros.

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