O candidato às eleições primárias do PS António Costa afirmou segunda-feira, nos Açores, que o país tem ativos para vencer uma nova era, apelando à mobilização conjunta para reconstruir a confiança que o atual Governo quebrou.

“Portugal tem ativos que são fundamentais para se inserir e vencer nesta nova era. Portugal tem uma língua, uma diáspora e umas regiões autónomas que lhe dão centralidade neste novo mundo, onde o Atlântico vai ter uma nova centralidade”, afirmou António Costa, na apresentação da sua candidatura na ilha de S. Miguel.

Sem nunca se referir ao adversário nas primárias, António José Seguro, Costa considerou que o pior que o atual Governo fez foi “ter paralisado todos, deprimidos todos, dividido todos e dito que não há futuro”.

“É essa confiança que é necessário reconstruir. Essa confiança significa uma nova atitude, mais positiva, de mobilização do melhor que há em todos nós, identificar em cada região e setor económico, em cada empresa, em cada pessoa o melhor que todos podemos dar para ajudar a dar a volta a essa crise e relançar o futuro do país”, disse o candidato socialista, na sua intervenção no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada.

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Na terceira deslocação aos Açores durante a corrida à liderança do PS, António Costa sustentou que a competitividade da economia promove-se não com o empobrecimento do país, mas com a qualificação, o investimento na educação, formação profissional e na inovação. Vincou que os Açores “não são um peso para o país, mas uma enorme mais-valia” e que “o tempo da disputa, da divergência, acabou”, sendo agora o tempo da cooperação, porque “Portugal é só um”.

Para o presidente do PS/Açores e do Governo Regional, Vasco Cordeiro, o projeto de liderança de António Costa interpreta bem o novo olhar que o Governo deve ter para com as regiões autónomas. “Eu não tenho qualquer dúvida em afirmar que a liderança de António Costa nesta grande tarefa de mobilizar o nosso país inclui também as regiões autónomas, considerando-as como um ativo do nosso país e não um peso, que pode em cooperação, colaboração também ajudar a recuperar o país”, afirmou. O dirigente socialista açoriano considerou, por isso, que votar António Costa a 28 de setembro é “defender os Açores, os açorianos e a autonomia”.

Também o mandatário nacional da candidatura, Carlos César, apelou ao voto em António Costa e desafiou Seguro a vir aos Açores fazer campanha. “Dizemos daqui a Seguro: venha aos Açores. Há aqui povo em menor número e votos, mas é povo que aqui há”, disse Carlos César, garantindo que o atual secretário-geral do PS será bem recebido.