A Serra Leoa vive hoje o segundo dia de um recolher obrigatório de 72 horas, para ajudar a conter a propagação do vírus Ébola, enquanto aumentam as críticas à operação que alguns classificam como “golpe publicitário” mal organizado.

O Governo da Serra Leoa impôs um recolher obrigatório de três dias que obriga os cidadãos a permanecerem em casa, para tentar deter a propagação do vírus Ébola, que já fez 562 mortos no país. Durante o recolher obrigatório, que estará em vigor até domingo, cerca de 30.000 voluntários andarão de casa em casa a identificar as pessoas doentes, a distribuir 1,5 milhões de sabonetes e a informar os cidadãos sobre as medidas para prevenir o Ébola, explicou o Governo em comunicado.

No entanto, observadores independentes expressaram preocupações em relação à qualidade dos conselhos fornecidos, dizendo que a operação teve um “sucesso misto” na região oeste do país, onde se situa a capital, Freetown.

“Os supervisores estão bem treinados, mas equipas que visitam as famílias em certas regiões do oeste do país não foram suficientemente formados e não são capazes de transmitir corretamente as informações”, afirmou um dos responsáveis da associação humanitária Saúde Para Todos, Abubakar Kamara.

O responsável referiu que “muitos deles [os voluntários] eram demasiado jovens para participar neste exercício e, numa ou duas casas, assisti à sua intervenção, tiveram dificuldades em comunicar com as famílias”. Também a associação Human Rights Watch criticou a operação: “mais um golpe publicitário do que uma intervenção de saúde”, disse Joe Amon, diretor para as questões de saúde e direitos humanos.

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