Peter von Bagh, que morreu no passado dia 17 de setembro, vai ser o homenageado do 12.º festival de cinema Doclisboa. O programa completo foi divulgado esta terça-feira e há 250 filmes de 40 países para ver, entre os quais 42 de Portugal.
Desde 2010 que o realizador, crítico e historiador de cinema Peter von Bagh era presença regular no Doclisboa e, em 2011, foi mesmo o presidente do Júri do festival. Morreu na quarta-feira aos 71 anos. É com o mais recente filme do realizador finlandês que o festival dedicado aos documentários vai encerrar, a 26 de outubro. “Socialism” divide-se em 18 capítulos e recupera a história deste sistema político e económico criado no século XX. De Peter von Bagh também vai ser exibido “Muisteja / Remembrance“.
Na passada sexta-feira já tinha sido anunciado que o filme escolhido para a abertura é “Maidan”, 16 de outubro às 21h30 na Culturgest. Exibido e premiado pela crítica em Cannes, o documentário regista os protestos de 2013, em Kiev, contra o regime ucraniano de Viktor Yanukovich, pró-russo.
Da competição internacional fazem parte, por exemplo, “Snakeskin“, de Daniel Hui, “Branco Sai Preto Fica“, do brasileiro Adirley Queirós e uma experiência chamada “Lisbon Revisited“, de Edgar Pêra.
Na competição nacional há sete longas-metragens e cinco curtas, entre as quais “Flor azul“, de Raul Domingues, “As cidades e as trocas“, de Luísa Homem e Pedro Pinho, “A lã e a neve“, de João Vladimiro, “João Bénard da Costa – outros amarão as coisas que eu amei“, de Manuel Mozos, “Metáfora ou a tristeza virada do avesso“, de Catarina Vasconcelos, “Um filme perdido“, de Eduardo Amaro, “Teares“, de Mónica Baptista e “O Indispensável treinado da vagueza“, de Filipa Reis e João Miller Guerra. Fora da competição faz parte do programa “Triângulo Dourado“, de Miguel Clara Vasconcelos, e “Quatro“, João Botelho.
“O nosso Século XX – O Cinema face à História” é como se chama o ciclo especial onde vai ser exibido “German concentration camps factual survey“, feito para denunciar os horrores dos campos de concentração no final da II Guerra Mundial e que teve supervisão de Alfred Hitchcock. O objetivo era exibi-lo na Alemanha depois da queda do Terceiro Reich, mas o filme acabou por ficar na gaveta e só agora foi restaurado e terminado, com o apoio do britânico Imperial War Museum. Acabou por ter estreia mundial este ano, em Berlim.
Neste ciclo serão também invocados quatro outros acontecimentos fulcrais na história do século XX: o centenário da I Guerra Mundial, a revolução soviética, a queda do muro de Berlim e a guerra dos Balcãs.
“Fado Camané“, de Bruno de Almeida, sobre o trabalho criativo do fadista português, e “Pulp: A film about life, death & supermarkets“, de Florian Habicht, são alguns dos 15 filmes que integram a secção Heart Beat, dedicada à música e às artes.
Este ano, o Doclisboa vai passar pela Culturgest, Cinema São Jorge, Cinemateca e Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada. Dois novos espaços lisboetas vão receber o festival de cinema: o Cinema City, no Campo Pequeno, e o novo Cinema Ideal. Os bilhetes começam a ser vendidos a partir de 1 de outubro, na Culturgest e na Ticketline.