O Bloco de Esquerda deverá avançar com uma proposta de inquérito parlamentar para obrigar Passos Coelho a explicar os alegados pagamentos da Tecnoforma ao então deputado social-democrata.
“Se o primeiro-ministro insistir em não esclarecer os portugueses”, disse ao jornal i e ao JN o coordenador do partido, João Semedo, “resta-nos essa hipótese”.
O co-líder do Bloco afirma “não ver nenhuma razão para os pedidos do primeiro-ministro à Assembleia da República e à Procuradoria-Geral da República”, uma vez que se trata de “um esclarecimento que ele próprio tem o dever e a responsabilidade de fazer”. Para a Justiça, o caso já prescreveu, pelo que a PGR pode estar de mãos atadas e não poder pronunciar-se sobre o caso.
Mesmo assim, para convocar uma comissão parlamentar de inquérito não chegam os oito deputados do Bloco de Esquerda. O pedido tem de ser votado por maioria – via improvável já que a coligação PSD/CDS tem a maioria dos votos.
A outra forma de avançar é através de um agendamento potestativo. Este necessita do apoio de um quinto dos deputados, ou seja 46. Mais uma vez, não chegam os votos dos oito deputados bloquistas. Nem os 16 do PCP. Seriam necessários alguns votos do PS. Comunistas e socialistas não quiseram pronunciar-se sobre esta hipótese.