Cavaco Silva partiu em defesa do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que esta sexta-feira prestou esclarecimentos à Assembleia da República sobre o caso Tecnoforma. “A informação que tenho é de que o senhor primeiro-ministro respondeu a todas as questões que lhe foram colocadas e prestou todos os esclarecimentos” e que o fez “no local certo”, disse o Presidente da República, que acrescentou ter estado toda a manhã em Oliveira de Azemeis, e portanto longe da polémica que envolve por estes dias o primeiro-ministro.

“Os governantes respondem em primeiro lugar na Assembleia da República pelo que o primeiro-ministro escolheu o local certo para o fazer”, sublinhou Cavaco Silva, que falava à saída de uma visita à empresa Lusiaves, na Figueira da Foz.

O Presidente da República reagia desta forma ao debate quinzenal desta manhã com Passos Coelho. O debate foi dedicado aos esclarecimentos sobre o caso Tecnoforma, que colocou o primeiro-ministro no centro de uma polémica sobre ter ou não recebido dinheiro pelo trabalho que desempenhou naquela empresa entre 1997 e 1999, quando era deputado na Assembleia em regime de exclusividade.

O Presidente disse, contudo, não ter conhecimento em pormenor de montantes que possam estar em causa sobre os pagamentos que Passos disse ter recebido, a título de reembolso de despesas, do Centro Português para a Cooperação quando era deputado.

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Cavaco apontou ainda o dedo à comunicação social e aos “politólogos e comentadores” pela “especulação” que diz terem vindo a fazer à volta da matéria.

Segundo Cavaco, “não existe outro país no mundo com tantos politólogos que opinam e comentam 24 horas por dia”, mas não cabe ao Presidente da República comentar os casos mediáticos, diz, “porque um Presidente da República não se guia pela agenda mediática nem pela agenda dos partidos” e deve apenas “garantir o superior interesse nacional”. “Há limites para a especulação que se costuma fazer na comunicação social”, sublinhou.