A Presidente do Brasil e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, abriu um debate televisivo, domingo, com fortes críticas à sua principal rival, a ambientalista Marina Silva, afirmando que esta “não pode governar” sem coerência.

“A senhora mudou de partido quatro vezes. Mudou de opinião sobre questões fundamentais para o país”, como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, algo que o programa de governo de Marina inicialmente apoiava e que, de seguida, passou a rejeitar, disse Rousseff na sua primeira intervenção no debate, organizado pelo canal Record.

Marina Silva iniciou a sua carreira política no Partido dos Trabalhadores (PT), o qual abandonou, em 2008, para se filiar no Partido Verde, ao qual viria a renunciar depois das eleições de 2010 para tentar criar a sua própria formação política.

Contudo, não cumpriu os requisitos necessários para o efeito e acabou por se juntar ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), através do qual se converteu, há pouco mais de um mês, em candidata presidencial, na sequência da morte, num acidente aéreo, de Eduardo Campos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Além de criticar as suas mudanças de partido e de opinião nos últimos tempos, Dilma questionou Marina relativamente a uma declaração que proferiu num outro debate, durante o qual assegurou que, como senadora, tinha votado a favor da criação de um imposto destinado a financiar a saúde pública.

Apesar da afirmação de Marina, a imprensa revelou que, na verdade, segundo consta nos arquivos do Senado, a atual candidata do PSB votou contra esse tributo. No entanto, a candidata do PSB insistiu, este domingo, que o seu voto foi favorável. “Recordo muito bem quando votei a favor”, frisou.

Relativamente à sua passagem por quatro formações políticas desde 2008, Marina Silva afirmou: “Mudei de partido para não mudar de ideais ou princípios”. No debate participou também Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB, de centro-direita), que surge como terceiro colocado nas sondagens para as eleições de 5 de outubro, bem como outros candidatos cujas intenções de voto não chegam a 1%.