O navio Atlântida, adquirido pela Douro Azul, zarpa nesta terça-feira da base do Alfeite, em Almada, com destino aos estaleiros da West Sea, em Viana do Castelo, para trabalhados de seis milhões de euros, disse hoje fonte da empresa. Falando à agência Lusa, a mesma fonte disse que o navio comprado este mês por 8,750 milhões de euros, pela Mystic Cruises, do grupo Douro Azul, deverá deixar a base do Alfeite cerca das 20:00.

A mesma fonte adiantou que chegada aos estaleiros da West Sea em Viana do Castelo está prevista para quarta-feira, onde será transformado em navio de cruzeiros de luxo na Amazónia, no Brasil, a partir de 2016, uma intervenção orçada em mais de seis milhões de euros.

Segundo aquela fonte, o empresário Mário Ferreira virá a bordo do navio, agora propriedade daquele grupo português após o segundo incumprimento de um armador grego que venceu o concurso público lançado em março passado pela administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) para a venda do Atlântida. A viagem, segundo a mesma fonte, deverá ainda contar com a presença de Carlos Martins, o presidente da West Sea, subconcessionária dos ENVC.

Atlântida será alterado para funcionar como cruzeiro com 76 quartos duplos, capacidade para 156 passageiros e 100 tripulantes.

O Atlântida foi construído nos ENVC, por encomenda do Governo dos Açores, que depois o rejeitaria em 2009 devido a um nó de diferença na velocidade máxima contratada. Com 97,5 metros, tem capacidade para 750 passageiros e transporte de viaturas. Será alterado para funcionar como cruzeiro com 76 quartos duplos, capacidade para 156 passageiros e 100 tripulantes.

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“A vontade que tenho em levar este navio para Viana do Castelo é porque as equipas estão montadas, funcionam bem, sabem o que é a nossa clientela e nós gostamos, em termos de ‘layout’, cores e materiais. Estão muito habituados a trabalhar connosco. Por isso, é muito mais fácil do que estar a ir agora para um outro estaleiro, onde temos de ensinar aquilo que é a cultura da empresa em termos deste tipo de navios”, explicou Mário Ferreira no dia em que assinou o contrato de compra do navio aos ENVC.

A intervenção no Atlântida deverá estar concluída em outubro de 2015, mês em que a Douro Azul espera que o navio atravesse o Oceano Atlântico em direção ao Brasil, onde tem a sua primeira viagem comercial agendada para 02 de janeiro de 2016. Segundo o presidente da Douro Azul, o Atlântida vai mudar de nome e será utilizado para fazer a ligação entre Manaus, no Brasil, e Iquitos, no Peru, com passagem pela Colômbia.

Douro Azul tem a intenção de encomendar novos navios à West Sea, para a operação internacional e no rio Douro.

Mário Ferreira disse, na altura, que os preços ainda não estão fechados mas, no mínimo, cada passageiro terá de pagar 500 dólares diários, durante uma semana, tempo para completar os cerca de dois mil quilómetros da viagem. Na ocasião afirmou também que o grupo tem a intenção de encomendar novos navios à West Sea, para a operação internacional e no rio Douro, que precisa ver melhoradas as infraestruturas.

O Atlântida deveria ter rendido 50 milhões de euros, mas os custos totais com a resolução do contrato com o Açores já custou cerca de 70 milhões de euros. Da encomenda à rejeição pelos Açores, o negócio atravessou três administrações dos ENVC e ocorreu numa altura em que os dois governos, o da República e o dos Açores, eram socialistas. De um lado José Sócrates e do outro Carlos César.