António Marinho e Pinto, eurodeputado eleito pelo Movimento Partido da Terra (MPT) e que vai lançar no domingo um novo partido, o Partido Democrático Republicano (PDR), acusa António Costa de ser “um eucalipto” pois “secou” toda a oposição que lhe aparece.
O ex-bastonário da Ordem dos Advogados referia-se a Helena Roseta e José Sá Fernandes, que começaram por ser vereadores da oposição na Câmara de Lisboa, liderada por António Costa, e que acabaram por fazer acordo com o presidente.
Em entrevista à Antena 1, Marinho e Pinto defende que “o PCP tem que ir para o Governo, porque é muito cómodo esta situação”. E acusa ainda o PCP e o BE de se terem entendido com a direita para derrubar Sócrates e terem permitido “trazer para o poder a direita mais selvagem que houve em Portugal”.
Sobre António José Seguro, que perdeu as eleições primárias para a escolha do candidato a primeiro-ministro do PS para António Costa, Marinho diz que “dava mais garantias de honestidade política que os atuais dirigentes do PS, porque Costa vai ter de pagar um preço muito caro pelo Exército de clientes que tinha à sua volta”.
O advogado admite fazer alianças com todos os partidos, embora critique mais o CDS. “Serei capaz de fazer alianças com o diabo se isso for útil ao povo português. Não há dogmas”, disse, por sua vez, à TSF.
Nas eleições europeias, Marinho e Pinto, como cabeça de lista do MPT, teve 7,1% dos votos. Se tiver uma votação idêntica nas eleições legislativas, o seu partido pode eleger 15 deputados e pode ser determinante para eventuais negociações com o partido vencedor se este não obtiver maioria absoluta.
O eurodeputado esclarece ainda que vai ficar em Bruxelas até conseguir ser eleito para o Parlamento português. E volta a falar dos salários dos eurodeputados, que considera elevado. “Isto tem de ser denunciado e quem traz isto para o debate não pode ser atacado e insultado como eu tenho sido”, afirma.
Sobre o novo partido, o PDR, garante que pretende fazer um combate político contra a promiscuidade entre política e negócios, dando como exemplo o caso da compra dos submarinos em 2004. “Na Alemanha e na Grécia houve condenações. Em Portugal, o primeiro-ministro [Durão Barroso] foi para a Comissão Europeia e o ministro da Defesa é vice-primeiro-ministro e “dá-nos lições de moral todos os dias”, diz. “Este é um debate político que tem de ser feito”, acrescenta.
Marinho e Pinto defende “mais honestidade na política”, uma “nova forma de estar na política”. “Esperamos ser o primeiro partido a fazê-lo”, afirma.
O PDR vai ser apresentado este domingo, 5 de outubro em Coimbra. Outros membros fundadores são um ex-dirigente do PSD, Fernando Condesso, e do PS, Eurico Figueiredo.
Uma das prioridades do partido será travar a emigração jovem. Outra é bater-se para que o Parlamento “não seja um centro de corrupção”.