O ex-líder do PS, António José Seguro, abandonou o cargo de deputado à Assembleia da República. Seguro, que perdeu as eleições primárias no dia 28 de setembro para António Costa, decidiu renunciar ao mandato de deputado.
António José Seguro entregou esta quarta-feira a carta de renúncia do mandato à Assembleia da República. Segundo fonte próxima do ex-secretário-geral do PS disse ao Observador, Seguro vai voltar a dar aulas na universidade. António José Seguro já deu aulas de ciência política e de marketing no Instituto Superior de Comunicação Empresarial (ISCEM) da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL). O ex-líder do PS foi convidado para voltar a ser docente.
Em declarações ao Observador, Álvaro Beleza, que fez parte da direção cessante, defende a posição de Seguro. “Não seria de esperar outra coisa. Conhecendo-o como conheço não é de estranhar. É a única posição digna. O que se pretendia? Que fosse para a sexta fila da Assembleia da República?”.
Álvaro Beleza encabeça o grupo que está a negociar com António Costa a inclusão de apoiantes de Seguro nas listas ao congresso. Esta quinta-feira, terão nova reunião para decidir o futuro do Laboratório de Ideias e Propostas para Portugal (LIPP) e do Novo Rumo.
O líder parlamentar, Eduardo Ferro Rodrigues, afirmou ser “perfeitamente” compreensível a decisão de António José Seguro renunciar ao seu mandato de deputado e adiantou que já enviou ao secretário-geral demissionário votos de felicidades pessoais.
“Recebi ao fim desta manhã um email do meu camarada António José Seguro informando-me que ia renunciar ao seu mandato de deputado. Sobre isso, só tenho a dizer que compreendo perfeitamente a situação e que já tive a ocasião de lhe enviar os meus votos de maiores felicidades pessoais nesta nova fase das sua vida”, declarou o líder da bancada socialista, citado pela Lusa.
João Soares, apoiante de Seguro, comentou no Facebook que o ex-líder “vai fazer falta” no Parlamento, enquanto Eurico Brilhante Dias declarou ao Observador que o ex-secretário-geral “entende que é altura de fazer outra coisa na vida”. “Esteve três anos empenhadamente em representação do partido e do povo em diversas circunstâncias”, afirmou, dizendo respeitar “uma decisão pessoal e legítima”. Os resultados das primárias “levam-no a tomar outro caminho”, reconhece.