Manifestantes apelando para a libertação de 219 raparigas raptadas na Nigéria pelos extremistas do Boko Haram vão assinalar hoje, com uma marcha, seis meses sem novidades.

Membros do campanha ‘Bring Back Our Girls’ (‘Tragam as nossas raparigas de volta’) planeiam rumar à residência oficial do Presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, em Abuja, como uma forma de pressionar o Governo para insistir nas buscas pelas jovens.

A marcha figura com o culminar de uma série de iniciativas realizadas na semana passada, incluindo uma vigília, de modo a que o desaparecimento das jovens permaneça visível ao ‘olho público’, uma vez que a cobertura mediática tem perdido força.

Na noite de 14 de abril, 276 raparigas foram raptadas dos dormitórios de uma escola secundária na cidade remota de Chibok, no estado de Borno, no nordeste do país, das quais 57 conseguiram escapar.

O então líder do grupo extremista, Abubakar Shekau, ameaçou mesmo vender as jovens como noivas escravas, prometendo mantê-las em cativeiro até que militantes do grupo fossem libertados da prisão.

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No final de maio, as autoridades da Nigéria indicaram saber a localização das raparigas, mas descartaram uma operação de resgate por receio de que tal colocasse a vida das jovens em risco.

Desde então, nada mais se soube ou ouviu sobre as raparigas sendo que as conversações com líderes dos radicais Boko Haram estão paralisadas.

As primeiras semanas do cativeiro das jovens desencadearam uma intensa cobertura mediática e geraram interesse ‘online’ em todo o mundo, designadamente com ao lançamento da campanha ‘BringBackOurGirls’ no Twitter.

Os ativistas da campanha têm realizado protestos regulares em Abuja, mesmo apesar de o foco de atenção global se ter voltado para outros pontos do mundo e de ser crescente a frustração das missões estrangeiras envolvidas relativamente à falta de progressos.

“Globalmente, o movimento efetivamente abrandou”, reconheceu Molade Alawode, da organização sem fins lucrativos, com sede em Washington, Act4Accountability, que liderou manifestações na capital dos Estados Unidos para a chamar a atenção.

Molade Alawode disse que os esforços, incluindo ajudar milhares de deslocados pelos conflitos no extremo nordeste da Nigéria, continua.