As recordações da participação portuguesa na I Guerra Mundial contam agora com 130 novos documentos e objetos graças a participação voluntária de 1160 pessoas. Este é o resultado da iniciativa “Dias da Memória”, que decorreu no Parlamento de 17 a 19 de outubro, de acordo com dados da Assembleia da República divulgados pela agência Lusa. O projeto esteve integrado na evocação do Centenário da I Guerra Mundial e contou com a participação da biblioteca digital da União Europeia – a Europeana – e o Instituto de História Contemporânea (IHC).

Segundo a historiadora Fernanda Rollo, a iniciativa tem um importante papel para a história do país. “Além das memórias deixadas pelos que participaram, interessa-nos também muito, como a guerra foi vivida dentro do território nacional, os racionamentos, o clima social, as greves, os motins, as contestações, por exemplo a revolta da batata em 1917 envolveu 400 presos e a morte de 40 pessoas”, enfatizou.

Entre os objetos catalogados, encontram-se uma colher usada por um soldado português na frente de batalha de La Lys (França), um poema que o bisavô do advogado Ricardo Sá Fernandes, que era médico em África e em França, endereçou à mãe, e um tinteiro do adido militar de Portugal, para além de centenas de postais com poemas e testemunhos da guerra. Os “Dias da Memória” contaram ainda com o testemunho de alguns familiares de soldados britânicos, que combateram ao lado dos portugueses.

Quem se deslocou à Assembleia da República nestes três dias em que as portas estiveram abertas foi recebido por uma equipa de especialistas e de mais de 90 voluntários do Liceu Camões, que estiveram a contar a história por trás de cada uma das contribuições. Para os que não puderam ir, todos os objetos e documentos estão disponíveis para consulta nos sítios europeana1914-1918.eu e Portugal1914.org.

 

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR