Em Inglaterra há uma empresa de táxis a quem os passageiros podem pedir “motoristas brancos”. Os pedidos começaram no bairro de Heywood em Rochdale, Londres, há seis anos – depois de dois condutores paquistaneses terem sido presos por violarem e traficarem 47 meninas brancas e são cada vez mais comuns em áreas onde os gangs asiáticos têm influência.

Stephen Campbell está à frente da Car 2000 – empresa que tem a política comercial de escolha com base na cor -, conta ao The Guardian que é normal os passageiros pedirem “condutores brancos ou condutores locais.” Campbell acrescenta que “é um pouco estranho, se pensarmos que a maioria dos asiáticos já nasceu em Rochdale. Mas é um negócio e nós temos o dever de fazer o que o cliente nos pede. Penso que não podemos descriminar o cliente dessa maneira. No fim do dia é um negócio. Temos um grande empréstimo para pagar ao banco.”

O dono da empresa pode não negar o pedido mas conta que não cede imediatamente e costuma entrar num jogo de persuasão: “os condutores asiáticos são mais trabalhadores, eles fazem o que lhes pedimos e não se queixam. Têm muito mais ética no trabalho. Se ao menos o publico pudesse ver estas pessoas de perto e como elas são, acho que não se pediriam condutores brancos.” Dois terços dos condutores dos táxis da empresa são asiáticos e os que têm ascendência caucasiana preferem trabalhar durante o dia e durante cada semana há pelo menos 60 chamadas que exigem um motorista de cor branca.

Simon Danczuk, o deputado eleito por Rochdale, mostra-se preocupado na mesma notícia: “isto tem que servir como uma chamada de atenção aos polícias que fingem que tensões como estas não existem e escondem a cabeça na areia. Há muito trabalho que tem que ser feito para melhorar as relações entre as raças se queremos construir comunidades mais fortes e enfrentar as preocupações.” O objetivo final de Danczuk é fazer com a que a polícia tome medidas com quem pede, mas também com quem acata o pedido. Stephen Campbell já disse “Eles [deputados] não nos podem dizer o que fazer.”

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Esta onda de preconceito não tem ficado por aqui, há inclusive taxistas asiáticos a serem ameaçados com armas brancas. Abdul Afiz um condutor de taxi contou ao jornal britânico que “os abusos racistas acontecem. Mas é com pouca frequência e de uma minoria de clientes. Temos que ir com a corrente e lidar com isso.”

As queixas e a indignação podem continuar, mas nada será feito a política de ‘condutores brancos por pedido’ não vai contra a licença da empresa e o próprio representante da economia e ambiente da zona já veio explicar: “Esta é a primeira vez que o conselho ouve falar na política desta empresa. Contudo isto parece ser uma decisão da companhia e não há atualmente nada na sua licença que diga que eles não podem praticar essa política, tal como algumas firmas escolhem ter apenas condutoras do sexo feminino.”