António Costa afirmou esta sexta-feira que “não existe uma receita única nem um catálogo idêntico” das possíveis reformas estruturais na zona euro, “ao contrário do que a direita diz”. O candidato a primeiro-ministro socialista falava no Centro Cultural de Belém (CCB), na sessão de abertura de uma conferência promovida pelo Grupo Socialista do Comité das Regiões do Parlamento Europeu sobre migração.

A receita socialista para salvar a zona euro passa por um “reforço da competitividade” das economias europeias, porque a austeridade e migração, por si só, não são a resposta, alega Costa. “A emigração permitiu combater o desemprego”, “satisfazer as necessidades de mão-de-obra dos países de acolhimento ” e os encargos do Estado com o subsídio de desemprego, mas provou ser um sistema “artificial”, porque “o insustentável aumento do desemprego tornou manifesta a fragilidade estrutural da zona euro em 2011”, sublinhou António Costa.

“Este ajustamento, mesmo que conjeturalmente virtuoso, não pode ignorar a natureza estrutural, quer das causas, quer das consequências do movimento migratório”, afirmou o socialista.

Nesse sentido, Costa denunciou a falta da plena integração económica e política e a falta de uma política monetária comum sólida, que considera estarem a acentuar as diferenças entre as economias dos países europeus. “A verdade é que temos uma moeda única, mas não temos uma moeda comum que permita potenciar a prosperidade partilhada no conjunto da Zona Euro”.

O caminho, segundo o PS, passa por “corrigir os efeitos assimétricos do euro”, caso contrário, “só estaremos a acentuar a divergência” e a falta de competitividade das economias mais fragilizadas da zona euro, “e a fragilizar a coesão” da moeda única. “Temos de ir mesmo às causas da divergência e atacar na raiz o que mina a coesão” porque continuar a ter a “ilusão” de que a crise europeia está ultrapassada é perpetuar este sistema.

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