O entrevistador perguntou a William Sharpe, laureado com o Nobel da Economia em 1990, como escolhia os seus fundos de investimento. “A primeira coisa a procurar é a taxa global de custos, a segunda é a rotação da carteira e a terceira é alguma medida de desempenho passado. Mas se tivesse de olhar apenas para uma coisa, eu escolheria a taxa global de custos“, respondeu o académico da Universidade de Stanford, na Califórnia, nos Estados Unidos da América.
Sharpe, reconhecido como o pai da avaliação de fundos, alertava para os custos que muitas vezes os investidores pagam sem saberem. A comissão de subscrição e de resgate é reconhecida por muitos, mas menos analisadas são as comissões de gestão e de depósito. Estas duas comissões são as principais componentes da taxa global de custos.
Algumas entidades independentes que avaliam fundos, como a Morningstar, a Proteste Investe e a Citywire, publicam quadros comparativos que mostram as diferentes estruturas de comissões entre os fundos.
Replique um índice
As conclusões dos estudos de William Sharpe leva-o a recomendar fundos de índice, porque normalmente têm custos mais baixos. Estes fundos replicam índices bolsistas, logo os gestores têm um trabalho simplificado, cobrando menos por isso. “Em condições plausíveis, uma pessoa a poupar para a reforma que escolha investimentos de baixo custo em vez de custos mais elevados poderá ter um nível de vida na aposentação que é 20% superior”, explicou numa entrevista à publicação da sua alma mater.
Cruzando a base de dados da Morningstar com a lista de fundos comercializados pelas instituições financeiras em Portugal, descobre-se que os produtos mais baratos replicam índices. É o caso, por exemplo, do BNY Mellon S&P500 Index Tracker, distribuído pelo ActivoBank e pelo Banco Big, cuja taxa global de custos é de 0,5%. Este fundo procura replicar o principal índice de ações norte-americanas. A taxa global de custos média nos fundos de ações é de 1,9%.