São muitos os sistemas que os portugueses adotam para poupar para as férias. Uns contam apenas com o subsídio de férias. Outros esperam por uma boa devolução de IRS após o apuramento do imposto calculado pela autoridade fiscal. Muitos deixam acumular na conta à ordem.
A conta à ordem é o pior sítio para amealhar poupanças para as férias, especialmente se tiver um espírito mais consumista. Acontece a muita gente acabar por gastar o aforro fora do período veraneante.
Para a maioria das pessoas, as contas de poupança, versões dos depósitos a prazo que permitem reforços, são os instrumentos mais indicados para a preparação das férias. E não é pelo rendimento: a Caixa Geral de Depósitos, por exemplo, não remunera a conta CaixaPoupança quando os valores são inferiores a 250 euros, por exemplo. O objetivo é mesmo afastar o pé-de-meia do seu dia-a-dia.
A vantagem das contas de poupança é que exigem mínimos de aforro muito baixos. A CaixaPoupança pode ser iniciada com 10 euros.
Certificados de Aforro dificultam estratégia
Os Certificados de Aforro, que, neste mês de outubro, pagam uma taxa anual líquida de 2,2%, seriam um candidato natural às poupanças para as férias, mas, na prática, é difícil usá-los.
Uma pessoa que amealhe 100 euros por mês para juntar 1.200 euros dentro de um ano para as férias, poderia pôr o dinheiro mensalmente nos Certificados de Aforro mas apenas até ao nono mês. Como os aforradores são obrigados a permanecer pelo menos três meses nos Certificados de Aforro, se aplicassem os 100 euros dos últimos dois meses nestes títulos, não os poderiam levar para as férias.
Como os juros são capitalizados trimestralmente, algum dinheiro não capitalizaria na totalidade. Por exemplo, os 100 euros poupados no segundo mês capitalizaria os juros em três trimestres, mas os dois últimos meses não gerariam rendimento.
Feitas as contas, uma poupança mensal de 100 euros acumularia 1212 euros, ou seja, o esforço de aplicação nos Certificados de Aforro geraria um ganho líquido de 12 euros.
Além disso, as despesas das férias não se fazem todas no final de 12 meses. Se quiser cortar nos custos do bilhete de avião, por exemplo, deve comprar com uma antecedência de cerca de seis meses. Todavia, isto ainda dificultaria mais a gestão da carteira de Certificados de Aforro.