Luz ao fundo do túnel para uma das melhores carreiras no mundo do futebol. Falamos de Marcello Romeo Lippi, o homem dos charutos que se tornou no primeiro (e único) a conquistar um Campeonato do Mundo, uma Liga dos Campeões na Europa e outra na Ásia. Esta segunda-feira anunciou a retirada dos bancos: será diretor desportivo do Guangzhou Evergrande em 2015.

No domingo passado Lippi sagrou-se tricampeão chinês e no fim disse adeus. “Não serei treinador na próxima temporada. Serei diretor desportivo”, começou por dizer. “Brevemente terei 67 anos. Estou cansado de orientar os jogadores todos os dias nos treinos e de dar ordens no banco durante os jogos”, admitiu.

Lippi, cujas referências quando era mais novo eram Fulvio Bernardini e Rinus Michels (génio criador da “Laranja Mecânica”), chegou ao campeonato chinês em 2012 para treinar o Guangzhou, equipa com a qual conquistaria três campeonatos, uma Liga dos Campeões Asiática e uma Taça da China. A vida de treinador terá um ponto final em 2014, mas a caminhada até à Ásia foi longa…

Tudo começou no início dos anos 80, nas camadas jovens da Sampdoria. O futebol a sério, aquele dos graúdos, começou no Pontedera, em 1985. Depois foi uma maratona até ao topo: Siena, Pistoiese, Carrarese, Cesena, Lucchese, Atalanta, Nápoles, Juventus, Inter, Juve, selecção italiana e Guangzhou. Lippi conquistou cinco campeonatos de Itália, uma Liga dos Campeões, uma Supertaça Europeia, uma Intercontinental — tudo com a Juventus — e venceu o Campeonato do Mundo com a seleção italiana em 2006, na Alemanha. A história deste treinador teria sido muito diferente se tivesse vencido as três finais da Champions que perdeu em 1997 (Dortmund), 1998 (Real Madrid) e 2003 (Milan).

Vale a pena ler uma entrevista de Lippi ao El País em março de 2008, na qual admite que o “maior dos últimos 20 anos” foi Zidane e que “em Itália há uma organização do jogo estudada, quase perfeita”.

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