O grupo Junood ul-Hifsa, ligado à rede Al-Qaida, e outros dois vinculados ao Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), o principal grupo talibã do Paquistão, reivindicaram a autoria do ataque perpetrado no domingo.
O atentado teve lugar logo após uma cerimónia que decorria em Wagah, principal posto fronteiriço, localizado no lado paquistanês, que atrai habitualmente milhares de populares.
Segundo a versão oficial, um jovem, entre 18 e 22 anos, fez detonar os explosivos que transportava no meio da multidão que se dirigia ao parque de estacionamento depois do fim da cerimónia, a cerca de 500 metros da fronteira.
Junood ul-Hifsa foi responsável por um ataque que custou a vida a mais de 80 cristãos, numa igreja da cidade paquistanesa de Peshawar, em setembro de 2013, segundo o diário The Express Tribune.
Este grupo surgiu em 2004, com um ataque contra militares paquistaneses, e desde então tem reaparecido com pouca frequência.
Já o Jamaat-ul-Ahrar, que se acaba de separar do TTP, também reclamou a autoria, de acordo com o jornal Dawn.
“Outros grupos reclamaram responsabilidade pelo ataque, mas as reivindicações são infundadas. Vamos publicar um vídeo do ataque”, disse o porta-voz desta organização, Ehsanula Ehsan, ao mesmo jornal.
“O ataque é uma vingança pela morte de inocentes no Waziristão do Norte”, acrescentou, fazendo referência a uma ofensiva que o exército lançou na zona contra os rebeldes, em meados de junho.
Outra fação do TTP reivindicou a autoria da ação, com o seu porta-voz, Abdula Bahar, a indicar que foi cometida para vingar a morte do seu líder Hakimula Mehsud num ataque levado a cabo por um drone norte-americano no ano passado, de acordo com o The Tribune Express.
A morte de Mehsud e a eleição de Fazlullah como seu sucessor provocou lutas internas, cisões e confrontos entre várias fações do TTP, o ‘guarda-chuva’ comum criado em 2007 para combinar as atividades dos grupos islamitas armados do país asiático.
No ano passado, 1.700 ataques talibãs e terroristas resultaram em 2.500 mortos no Paquistão.
Desde o início da ofensiva militar no Waziristão do Norte, em que morreram 1.100 rebeldes e 90 soldados, o número de ataques diminuiu cerca de 30%, segundo o Instituto de Estudos da Paz de Islamabad.