A Standard & Poor’s manteve nesta sexta-feira o rating de Portugal em BB, e a perspetiva sobre a notação financeira da dívida portuguesa em estável, esperando que a economia cresça apenas 1,3% no próximo ano e que o défice em 2015 seja de 3%. Depois da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), é a vez da Standard & Poor’s fazer previsões mais pessimistas para a economia portuguesa que o Governo.
Numa nota onde comunica a decisão de manter o rating de Portugal, a Standard & Poor’s diz que espera que a economia portuguesa cresça 0,9% este ano (menos uma décima que o Governo) e que o défice termine nos 4,8%. Já para o próximo ano, a expetativa é que a economia portuguesa cresça 1,3% (menos duas décimas que o previsto pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado para 2015), e que o défice atinja os 3% (contra os 2,7% previstos pelo Governo).
Segundo a agência de rating norte-americana, a economia portuguesa deverá crescer menos essencialmente devido ao enquadramento externo menos favorável. O Outlook sobre a dívida portuguesa mantém-se estável, explicam, deve-se à expetativa da agência de continuação da melhorias no mercado de trabalho e nas finanças públicas portuguesas, contra riscos de a procura externa ser mais baixa, do prolongamento do período de desalavancagem do setor privado e da continuação de pressões deflacionárias.
O rating não sobe ainda porque a agência vê ainda grandes constrangimentos para a economia portuguesa, especialmente em resultado dos elevados níveis de dívida pública e privada e a continuação de problemas no sistema de transmissão monetária.
A agência elogia os resultados das reformas implementadas no mercado de trabalho, dizendo que o crescimento do emprego maior que o esperado é resultado desse trabalho desenvolvido desde 2011.
O que pode levar à subida do rating:
– O Governo continuar a implementar reformas estruturais para aumentar o crescimento potencial da economia e o seu reequilíbrio.
– A consolidação orçamental fazer descer o défice para os níveis esperados pela agência
– O processo de desalavancagem ordenada do setor privado ser acelerado por uma melhoria pronunciada e sustentável das condições de financiamento, juntamente com o restauro do mecanismo de transmissão monetária.
O que pode levar a uma descida do rating:
– O ímpeto reformista diminuir, por exemplo, devido às eleições legislativas de 2015.
– Se as políticas a nível da zona euro falharem – de forma direta ou indireta – no objetivo de manter sustentáveis os custos de financiamento de Portugal
– O défice derrapar consideravelmente devido ao fraco crescimento económico ou despesas extraordinárias fizerem aumentar a dívida pública.