No fim de semana em que se comemoram 25 anos sobre a queda do Muro de Berlim, a chanceler alemã Angela Merkel deu uma entrevista a um canal televisivo alemão em que fala das tensões e do medo que se viviam do lado da Alemanha de Leste, mas também da excitação. Habitualmente contida em relação ao passado, confessou: “Ter corrido tudo de forma pacífica foi um milagre”.

A 9 de novembro de 1989, o dia em que o Muro foi derrubado, Merkel era uma cientista de 35 anos na República Democrática Alemã. Na entrevista, citada pela Reuters, a Chanceler contou que estava a caminho de casa, depois de uma ida à sauna, quando começou a ver grupos de pessoas a irem em direção a oeste. E decidiu juntar-se.

“Depois de sair da sauna, na noite de 9 de novembro, atravessei para o outro lado e fui até à rua Bornholmer e celebrei lá com perfeitos desconhecidos”, contou. Recentemente, já tinha revelado que nessa noite esteve num apartamento do lado Oeste com desconhecidos e que queria ligar à tia que ali vivia, mas teve de regressar à República Democrática Alemã porque na manhã seguinte tinha de ir trabalhar. “Há semanas que havia muita excitação. Havia tanques que estavam na minha rua desde 7 de outubro”, contou.

No cargo de Chanceler desde 2005, Angela Merkel iniciou a carreira política meses depois dessa noite, como vice-porta-voz do partido. “Foi uma noite que nunca vou esquecer”, disse.

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