O medo é uma reação normal, primitiva até, que nos ajuda a reagir em situações de perigo. Mas quando não há motivos para ter medo ou ele se manifesta de uma forma exagerada, a vantagem torna-se desvantagem, e o medo transforma-se em fobia. Para quem nunca se viu numa situação destas é difícil acreditar que alguém possa ter fobia do Sol, à cor amarela ou ao número 13.

Existem certas situações que podem desencadear alguma ansiedade, como viajar de avião, ficar sozinho ou sentir dor, mas a partir do momento em que esse sentimento impede a pessoa de reagir, de realizar atividades ou até de se relacionar com outras pessoas, pode ter implicações graves na saúde mental. Os sintomas podem incluir terror, reações incontroláveis, batimentos cardíacos acelerados, falta de ar ou tremores.

Alguns comportamentos obsessivos são característicos de quem sofre de fobias. No caso da fobia ao sol – heliofobia – as pessoas tentam passar tanto tempo quanto possível na escuridão. Ao estilo de um vampiro, trabalham durante a noite e dormem durante o dia, tapam as janelas com cortinas escuras e caso tenham de sair à rua enchem-se de protetor solar e usam óculos bem escuros. Algumas das pessoas que sofrem desta fobia têm de facto receio de sofrerem de cancro da pele ou de envelhecerem precocemente devido à ação do Sol. O receio passa a ter uma boa justificação quando a pessoa reage anormalmente aos raios ultravioleta – uma doença chamada fotodermatite.

Se no passado as fobias poderiam estar mais ligadas à natureza, como a fobia à chuva, ao céu ou aos animais. Atualmente existem um leque de novas fobias relacionadas com a vida moderna e com o receio associado à pressão social. “Penso que as fobias atuais estão relacionadas entre si pelo temor à exposição, onde as pessoas tendem a ter um comportamento tímido e assustadiço ao acreditar que vão ser criticados no desempenho ou papel. E outras, associadas ao rendimento, ao tempo e à impossibilidade de alcançar um objetivo”, disse ao El Pais o psiquiatra Daniel Elgueta, da Clínica Dávila de Chile.

Entre as 33 fobias apontadas pelo psiquiatra, o Observador escolheu dez das mais invulgares:
Alodoxafobia: medo da opinião dos outros
Anuptafobia: receio de ficar solteiro
Carbofobia: fobia aos hidratos de carbono
Catagelofobia: medo de ser ridicularizado
Ciberfobia: fobia a computadores
Editiovultafobia: fobia ao Facebook
Eufobia: receio de boas notícias
Ergofobia: fobia ao trabalho
Nomofobia: pânico de estar sem telemóvel
Macrofobia: pavor de longas esperas

A maior parte das vezes as fobias aparecem na infância, mas podem manter-se na idade adulta. Podem ser causadas por um evento traumático ou ser influenciadas por uma fobia já existente na família ou numa pessoa próxima. Nem todas as fobias requerem tratamento, desde que seja possível conviver com elas, mas quando afetam o dia-a-dia o melhor é procurar um especialista. Nos casos extremos pode causar depressão, isolamento social ou consumo de drogas.

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