O Serviço de Informações de Segurança (SIS) confirmou hoje, à agência Lusa, ter estado no Instituto de Registos e Notariado (IRN) a fazer “uma limpeza eletrónica”, a pedido do presidente desta entidade, “fora do horário de expediente”.

O SIS respondia a questões colocadas pela Lusa, na sequência da notícia difundida hoje pelo jornal Expresso, sob o título “PJ [Polícia Judiciária] apanha líder do SIS a ajudar suspeito dos vistos gold”.

Na resposta enviada à Lusa, o secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), que tem o SIS sob sua responsabilidade, afirma que este serviço “mantém estreita colaboração institucional/operacional, em matérias de elevada sensibilidade, com o IRN”.

“Nesse contexto, foi solicitada pelo presidente do IRN uma limpeza eletrónica nas instalações centrais do Instituto, a qual foi considerada justificada pelos motivos [atrás] expressos, tendo o SIS procedido em conformidade”.

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Segundo o secretário-geral do SIRP, a operação foi realizada por “três técnicos do SIS, fora do horário de expediente”, e acompanhada pelo presidente do IRN e pelo diretor do SIS.

Acrescenta o secretário-geral do SIRP que a limpeza eletrónica “não interfere com as comunicações telefónicas normais nem do meio web, destinando-se apenas à deteção de meios de escuta ambiental”.

Trata-se, de acordo com o responsável do SIRP, de uma “operação frequente em muitas outras instituições do Estado”.

“Estas operações inscrevem-se no âmbito das competências do SIS e estão em conformidade com a lei”, refere a documento enviado pelo SIRP à Lusa, acrescentando que “o diretor do SIS é alheio ao processo de investigação aos chamados ‘vistos gold'”.

O secretário-geral do SIRP preside aos conselhos administrativos do SIS e do Serviço de Informações Estratégicas da Defesa (SIED).