O Estado português terá menos 1.748,5 milhões de euros em dívida a reembolsar nos próximos dois anos, 2015 e 2016, graças à operação de troca promovida nesta quarta-feira pelo IGCP. Um montante equivalente em dívida pública passou para os anos de 2021 e 2023.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) recomprou nesta quarta-feira 240,1 milhões de euros da linha de obrigações do Tesouro que vence em outubro de 2015, 553,1 milhões de euros da linha de fevereiro de 2016 e 955,4 milhões de euros da linha que atinge a maturidade em outubro de 2016. Este foi o montante em títulos que os investidores aceitaram entregar ao IGCP, que tinha disposto à partida as condições em que se oferecia para comprar estes títulos no mercado.
Em troca, os investidores receberam 943,3 milhões de euros em títulos que se vencem em abril de 2021 e 805,2 milhões de euros que terão de ser reembolsados em outubro de 2023. Desta forma, o IGCP aproveita a descida recente dos juros no mercado – que estão abaixo dos 3% a 10 anos – para aliviar as necessidades de reembolso de dívida nos próximos anos, enviando-as para um momento mais longínquo. Para alguns analistas, o objetivo será também o de criar condições para antecipar parte dos reembolsos de dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Uma das linhas de obrigações do Tesouro que o IGCP reduziu é a linha de fevereiro de 2016, que tem o juro de cupão (fixo) mais elevado de todas as linhas de crédito do Estado português: 6,4%. Trata-se de uma linha de obrigações inaugurada em fevereiro de 2011, meses antes de o país pedir assistência financeira externa e numa altura em que os investidores já escasseavam, daí o juro mais elevado. Foram emitidos, nessa altura, 3.500 milhões de euros e essa linha nunca mais foi utilizada.