A presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet, disse à agência Lusa que a experiência piloto com sacos de papel vai arrancar em cinco superfícies comerciais e o objetivo é substituir o tradicional saco plástico, que “é a imagem de marca dos Bancos Alimentares”.
“Esperamos que as pessoas que vão às compras percebam que, ao escolherem este saco mais amigo do ambiente, estão também a fazer uma escolha pelo planeta”, comentou Isabel Jonet.
Durante o fim de semana, os voluntários irão estar em 1.995 estabelecimentos comerciais de todo o país e, através do ‘hashtag’ (uma espécie de palavra chave usada nas redes sociais) #FAZESFALTA, são convidados a partilhar nas redes sociais, com os seus amigos, imagens da sua participação na campanha, incentivando ao voluntariado.
Isabel Jonet adiantou que os Bancos Alimentares (BA) têm tido “o aspeto diferenciador de ter campanhas de voluntariado e não peditórios, onde muitos voluntários apelam à participação, por isso esta grande campanha através do hashtag”.
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A campanha, com o lema “Mais solidariedade num contexto de dificuldade”, realiza-se numa altura em que os BA têm mais pedidos de ajuda e menos produtos não perecíveis para entregar, o que está associado a menos doações da indústria agroalimentar.
“Aquilo que se verificou nos últimos tempos foi um grande acréscimo de produtos perecíveis, nomeadamente hortofrutícolas resultantes das medidas de gestão de crise que a Comissão Europeia adotou em virtude do embargo da Rússia às exportações da União Europeia”, explicou Isabel Jonet.
Como há “muito mais fruta e muito mais legumes, mas menos produtos básicos”, como arroz, massa e azeite, “esta campanha é necessária, porque é preciso assegurar um cabaz equilibrado e que possa dar alguma dignidade a estas pessoas que não têm capacidade de comprar os produtos de que precisariam”.
Dados da federação referem que os BA estão a apoiar atualmente 2.400 instituições de solidariedade, que apoiam mais de 425 mil pessoas, sob a forma de cabazes de alimentos ou refeições confecionadas.
No ano passado, foram entregues 23.811 toneladas de alimentos (com o valor estimado de 33.935 milhões de euros), numa média diária de 95 toneladas por dia útil.
Isabel Jonet disse à Lusa que “quase todos os bancos alimentares têm instituições em lista de espera, porque não têm capacidade e não têm todos os produtos para dar resposta aos pedidos”.
Há alguns locais onde a lista de espera é maior, como em Setúbal e no interior Norte, adiantou.
De 29 de novembro a 07 de dezembro, será também possível contribuir para a campanha através da “Ajuda Vale”, que tem como lema “uma ajuda que não pesa mas vale”.