Augusto Santos Silva, ex-ministro de José Sócrates, rejeitou esta terça-feira uma esquerdização do PS depois do último congresso do PS, considerando que o mais evidente do discurso do secretário-geral, António Costa, foi a “maior assertividade na oposição ao Governo”.

“Houve uma diferença mais de tom, de demarcação”, afirmou na TVI24. Segundo Santos Silva, a conclusão do congresso do PS é a de “uma estratégia de abertura: o PS ser a força política capaz de não só acolher os setores centristas e de direita da sociedade portuguesa que hoje estão órfãos, porque não há quem represente nem os democratas-cristãos nem os chamados cristão-sociais, os sociais-democratas, a não ser o PS como, ao mesmo tempo, abrir à esquerda”.

“Eu, António Costa, quero acabar com o tabu de que o PS só governa sozinho ou coligado à direita”, resumiu o socialista.

Sobre as críticas a Costa de que não apresenta propostas concretas para a governação, Santos Silva responde que “ainda não é o tempo” porque a caminhada ainda é longa e tem que, nomeadamente, esperar pela execução orçamental dos primeiros meses do próximo ano para poder calcular o que pode prometer. “[Costa] já era o Santo António milagreiro (…) mas ainda tem de comer muita broa para chegar ao Governo”, disse.

No discurso de encerramento do congresso do PS, em Lisboa, Costa fechou a porta a alianças à direita, o que lhe valeu críticas de seguristas, bem como de Francisco Assis, que consideram um erro uma esquerdização do PS que lhe pode custar a maioria absoluta.

 

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