Este ano poderá classificar-se como o mais quente de que há registo, anunciou nesta quarta-feira a agência meteorológica da ONU, ao fazer o balanço da subida da água dos mares, de secas graves e das cheias desde janeiro. “O ano de 2014 está em vias de se tornar um dos mais quentes, se não o mais quente, de que há registo”, revelou a Organização Meteorológica Mundial (OMM), à margem das conversações das Nações Unidas sobre o clima que decorrem em Lima, no Peru.

Dados provisórios relativos a 2014 mostram que 14 dos 15 anos mais quentes registados ocorreram todos no século XXI, acrescentou. “Não há pausas no aquecimento global”, disse o diretor da OMM, Michel Jarraud, em comunicado à imprensa. “Aquilo a que assistimos em 2014 coincide com aquilo que esperamos de um clima em mudança. Calor que bate recordes combinado com chuvas torrenciais e cheias destruíram meios de subsistência e arruinaram vidas”, sublinhou. “O que é particularmente incomum e alarmante este ano são as temperaturas elevadas em vastas áreas da superfície oceânica, incluindo no hemisfério norte”, observou.

A média global da temperatura atmosférica sobre a superfície terrestre e marítima entre janeiro e outubro foi cerca de 0,57 graus centígrados acima da média de 14 graus centígrados no período de referência entre 1961-1990 e 0,09 graus centígrados acima da média da década 2004-2013, indicou a OMM. “Se novembro e dezembro mantiverem a mesma tendência, então 2014 será provavelmente o ano mais quente registado, ultrapassando 2010, 2005 e 1998”, explicou a OMM. “Isto confirma a subjacente tendência de longo-prazo de aquecimento”, frisou.

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