O ex-presidente da República Mário Soares enalteceu este sábado a atitude dos jovens socialistas na luta pela democracia e pela liberdade durante o XIX Congresso da JS, em que foi distinguido como membro de honra daquela organização de juventude.
“Quando chego a uma sala destas, cheia de gente jovem, numa situação em que o país está de cócoras, em que tudo foi destruído, em que não há nada (…) e em que tanta gente, por medo ou por qualquer outra razão, não é capaz de lutar, estar aqui e ver-vos a vocês todos aqui aos berros pela liberdade e pela democracia, para mim é o melhor que me poderiam ter feito”, disse.
Segundo Mário Soares, “o país está de cócoras” e só os jovens representam a esperança num país onde “tudo foi destruído”.
Mário Soares falava a centenas de jovens socialistas participantes no congresso da JS, que termina domingo em Tróia, no concelho de Grândola, distrito de Setúbal, e em que o atual secretário-geral João Torres deve ser reeleito para um segundo mandato para o biénio 2014/2016.
Na intervenção que fez perante 800 jovens congressistas, Soares, que completa domingo 90 anos, recordou um passado de luta pela liberdade e pela democracia ao longo da vida.
Numa intervenção que foi também um incentivo aos jovens socialistas, para que continuem a lutar pelos valores da liberdade e democracia, Mário Soares lembrou que esteve preso muitas vezes e disse ter conhecido todas as prisões portuguesas da época.
O líder histórico do PS recordou ainda alguns períodos do seu percurso de vida, em que lidou com grande líderes munidas, como François Mitterrand, Willy Brandt e Olof Palme, e em que desempenhou funções governativas e na Presidência da República, mas garantiu que sempre se sentiu como um cidadão normal.
“Vejo-me como um cidadão normal, que faz aquilo que deve fazer, em função da liberdade, em função da democracia”, disse Soares, que se congratulou por ver tantos jovens a fazer o mesmo que ele fez ao longo da vida.