O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou este sábado que o trabalho do Governo tem em vista a prosperidade das pessoas e não a sua felicidade, na qual não acredita. “Ninguém está certo de conseguir produzir uma política que garanta a felicidade seja de quem for, não acredito em coisas dessas. De resto, nem acredito na felicidade”, disse o governante.

Passos Coelho falava numa cerimónia de apresentação de um livro com casos de sucesso de pessoas com deficiência da Fundação ADFP (Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional) e admitiu que as desigualdades em Portugal são um problema. “Se não somos o [país] mais desigual da União Europeia, seremos o segundo mais desigual e isso não é aceitável”, considerou.

“Temos um lote muito pequeno das pessoas que concentram uma parte muito significativa da riqueza e depois temos uma larga maioria das pessoas que vive remediadamente”, referiu.

“Andar para a frente” no ramal da Lousã

Em Miranda do Corvo, o primeiro-ministro assumiu o compromisso de candidatar ao novo quadro comunitário de apoio uma solução de mobilidade para o ramal ferroviário da Lousã, que foi desativado há cinco anos.

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“Julgo que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) está nesta altura a ultimar o estudo de viabilidade que exige que se estudem também alternativas, para as poder comparar, usando o mesmo veículo de infraestrutura que já está colocado. A possibilidade de alternativas passa por ter ligações com autocarros elétricos”, disse o chefe do Governo.

Pedro Passos Coelho adiantou que será promovida uma discussão pública para definir qual o melhor sistema de transporte a implementar no antigo canal ferroviário entre Serpins (Lousã) e Coimbra.

Segundo o primeiro-ministro, a decisão que for tomada será “aquela que for mais racional e a que melhor nos servir a todos, na certeza de que este não é um projeto que tenha ficado esquecido, mas, pelo contrário, é um projeto que vai andar para a frente”.

O líder do Governo assumiu que o processo está a decorrer e que várias entidades, entre elas as Câmaras Municipais de Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra, vão poder participar ativamente na decisão, que será depois candidatada no próximo Programa Operacional da Região Centro.

“O projeto está previsto nas obras públicas até 2020 e teremos possibilidade de candidatar, pelo menos esta primeira fase, já no próximo quadro financeiro de apoio europeu”, sublinhou o governante, que não assumiu nenhum compromisso com o projeto de metropolitano ligeiro de superfície na cidade de Coimbra, também integrado no Sistema de Mobilidade do Mondego.

O primeiro-ministro salientou, ainda, que não fez “nenhum compromisso” com o Metro do Mondego na cidade de Coimbra.

“Ainda hoje não temos a certeza de que o projeto seja viável, embora estejamos mais próximos de uma solução para esse problema, que depende muito de como conseguirmos com a Câmara de Coimbra valorizar terrenos dentro da cidade para poder dar sustentabilidade a um projeto mais ambicioso”, frisou o governante.

A 2 de dezembro de 2009, os comboios deixaram de circular no Ramal da Lousã, primeiro apenas entre Serpins e Miranda e, um mês depois, em toda a extensão da ferrovia, no âmbito do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), cujas obras arrancaram no início do mesmo ano, mas vieram a ser suspensas por razões financeiras.

No final de 2010, o Governo (de José Sócrates) suprimiu às duas empreitadas em curso os trabalhos de colocação de plataformas na via, dos carris, bem como de toda a catenária (sistema de alimentação elétrica), justificando a decisão com os cortes do Plano de Estabilização e Crescimento (PEC) 3.