A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, encorajou nesta terça-feira a Itália a empreender reformas no mercado laboral e nos setores judicial e bancário para impulsionar o crescimento do país. A taxa de desemprego juvenil em Itália, que em outubro atingiu 43,3%, o nível mais elevado em quase 30 anos, “tiraria o sorriso à Mona Lisa”, afirmou Lagarde.

O mercado laboral italiano está profundamente dividido entre os que beneficiam de um estatuto muito protegido e os outros, principalmente jovens, com estatuto precário. Lagarde saudou a reforma laboral em curso encetada pelo primeiro-ministro, Matteo Renzi, conhecida como “Jobs Act”, que, entre outras medidas, facilita os despedimentos e tem causado tensão política e social nas últimas semanas. A situação atual é “injusta e ineficaz. As empresas são pouco incentivadas a apostar nos jovens”, afirmou, num discurso na universidade Bocconi de Milão.

Lagarde disse, ainda, que uma das causas de debilidade do setor laboral italiano é “a duração dos processos judiciais” e defendeu mudanças no setor da justiça. “Diminuir a duração das disputas laborais aumentaria em cerca de 8% a possibilidade de conseguir um emprego”, apontou. Sobre o setor bancário, Lagarde disse que “a reforma é necessária para o tornar mais forte na hora de manter o ritmo da recuperação, sobretudo no setor das pequenas e médias empresas”.

“Atualmente, o sistema financeiro em Itália está sobrecarregado com dívidas de cobrança difícil e a sua capacidade de conceder crédito é limitada. Os testes de resistência do BCE (Banco Central Europeu) constituíram uma etapa importante ao revelar a dimensão dos problemas e possíveis soluções”, afirmou.

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