A Ucrânia saudou hoje o “voto histórico” do Congresso norte-americano que autoriza o envio para Kiev de armamento e a adoção de novas sanções contra Moscovo, o que suscitou fortes reações da Rússia. Em paralelo, Kiev apelou à União Europeia (UE) para “manter sobre a mesa” a possibilidade de novas sanções contra Moscovo.

Os deputados pró-ocidentais ucranianos congratularam-se com a decisão dos seus homólogos norte-americanos, e para além de aprovarem uma lei que autoriza novas e pesadas sanções contra a Rússia, fornece igualmente autorização do Presidente Barack Obama para o envio de armas letais.

A entrega de armas pelos EUA à Ucrânia é hoje juridicamente possível, mas permanece da responsabilidade do Presidente dos Estados Unidos, que até ao momento se opôs e apenas decidiu fornecer uma assistência não-letal, incluindo radares anti-morteiros, aparelhos de visão noturna ou coletes anti-balas.

A votação é considerada um passo simbólico para a Ucrânia, que procura desesperadamente desde há meses convencer os seus aliados que lhes vendam armamento para equipar os seus soldados, acusando simultaneamente a Rússia de apoiar militarmente os rebeldes pró-russos.

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Numa reação quase imediata, Moscovo “lamentou profundamente” a designada lei sobre o “Apoio à liberdade na Ucrânia”, “adotada sem debate nem voto real” e com “aspetos de confrontação aberta”.

O texto foi no entanto alterado no final, optando-se por não designar a Ucrânia, Moldávia e Geórgia como “aliados maiores não-membros da NATO”, como receava Moscovo.

Segundo o executivo norte-americano, o estatuto privilegiado dirigido à Ucrânia não vai conceder a Kiev, para além dos existentes, qualquer benefício suplementar.

O voto do Congresso norte-americano coincidiu com o anúncio do ministro da Defesa ucraniano, Stepan Poltorak, sobre a mobilização de 40.000 soldados em 2015, duas vezes mais que a anterior convocação de recrutas antes do início da crise. Em paralelo, 10.500 homens serão ainda formados para servir sob contrato.

O número de efetivos das forças armadas ucranianas deverá ascender aos 250.000, contra os atuais 232.000, e vão ser formadas novas unidades, e ainda “forças responsáveis por operações especiais”.