Milhares de pessoas depositaram hoje ramos de flores no pavimento da zona pedonal de Martin Place, em Sydney, prestando homenagem as vítimas que, esta segunda-feira, morreram durante um sequestro num café.

Katrina Dawson, uma advogada australiana de 38 anos e mãe de três crianças, e o seu compatriota Tori Johnson, de 34 anos e gerente do estabelecimento, morreram depois de terem sido feitas reféns, com outras 15 pessoas, por um homem armado no interior do café.

Identificado como Man Haron Monis, o homem entrou na manhã de segunda-feira no Lindt Chocolate Cafe, fazendo reféns 17 pessoas, entre funcionários e clientes.

“Hoje todo o mundo tem algo a temer. Algo mudou na cidade”, disse um residente de Sydney ao canal ABC após depositar um ramo. Allen Jing, de 25 anos, e cliente regular do café também deixou, emocionado, um ramo de rosas no local.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“É difícil explicar como é que é isto te faz sentir. Acho que estou apenas contente de estar vivo”, disse à mesma cadeia televisiva.

O canal 9 da televisão local informou que aparentemente Tori Johnson tentou desarmar o sequestrador quando este começou a disparar, o que desencadeou a intervenção policial.

Outros cinco reféns e um agente ficaram feridos, três dos quais na sequência de disparos.

A polícia ainda mantém parcialmente isolada a zona de Martin Place, bairro financeiro da cidade, que, num dia normal, se apresenta muito movimentada.

“Levará pelo menos algumas horas até que se voltem a abrir as ruas” ao trânsito, assinalou a porta-voz da polícia do estado de Nova Gales do Sul, Catherine Burn, aos jornalistas.

O arcebispo australiano Anthony Fisher também rezou uma missa na catedral de Santa Maria em homenagem às vítimas do sequestro que durou cerca de 17 horas até à intervenção da polícia que abateu o sequestrador.

De acordo com os ‘media’ australianos, que citam fontes policiais, Man Haron Monis, de 49 anos, era um refugiado iraniano e que se apresentava como um pregador do Estado Islâmico (EI).

O diário The Australian informou que enviou cartas de ódio às famílias de soldados australianos mortos em conflitos no estrangeiro e que estava em liberdade condicional, depois de ter sido acusado de cumplicidade no homicídio da ex-mulher.