O nome do príncipe André foi associado a um caso de abuso sexual nos Estados Unidos com ligação ao investidor e multimilionário norte-americano Jeffrey Epstein, um amigo próximo do Duque de York que é acusado por várias mulheres de exploração e abusos, avança a imprensa britânica.
Uma mulher apresentou, de forma anónima, um requerimento num tribunal da Flórida, acusando Epstein de abusar sexualmente dela e de a utilizar como “escrava sexual”, emprestando-a amigos ricos e poderosos. Um desses amigos terá sido o príncipe André, com quem a mulher foi continuamente forçada a ter relações sexuais. Além do Duque de York terão sido referidos mais dois nomes de homens poderosos e famosos, segundo a BBC.
Em 2006, o FBI começou a investigar Jeffrey Epstein por alegadamente ter pagado a jovens menores de idade (terão sido identificadas cerca de 40) para terem relações sexuais com ele na sua mansão em Palm Beach, de acordo com o Guardian. Dois anos depois, o investidor admitiu, num acordo com a acusação, ter pagado a uma menor de 14 anos para que esta tivesse relações sexuais com ele. Esta confissão valeu-lhe uma pena de 18 meses de prisão (da qual cumpriu 13) e o registo como ofensor sexual. E levou o FBI a desistir da investigação mais alargada. Algumas mulheres chegaram a acordos milionários com Epstein, segundo o jornal britânico, e outras iniciaram um processo contra a forma como os procuradores federais lidaram com o caso.
E é nesse processo que agora consta também a referência ao Duque de York, que terá alegadamente forçado a mulher a ter relações sexuais quando era ainda menor (tinha 17 anos na altura). Os abusos terão ocorrido em Londres, Nova Iorque e numa ilha privada nas Caraíbas, pertencente ao multimilionário norte-americano, escreve o Guardian. Uma vez que o caso é dirigido contra os procuradores, a acusação não foi feita formalmente ao príncipe André, que não é parte do caso e não teve, por isso, oportunidade de responder às alegações.
A relação próxima entre o príncipe e o investidor tem sido uma fonte de polémica, segundo o mesmo jornal britânico. Jeffrey Epstein foi à festa de aniversário da Rainha Isabel II em 2000. Em 2009, quando o investidor foi libertado da prisão, o príncipe André visitou-o em Nova Iorque. Mas em 2011 surgiram indícios de que o Duque de York tinha cortado relações com o amigo. André já tinha sido acusado de conhecer as alegadas vítimas de Epstein e de estar ao corrente dos abusos sexuais a que teriam sido sujeitas. Em 2011, em entrevista à Vanity Fair, André negou ter tido qualquer contacto sexual com estas mulheres.
O Palácio de Buckingham já reagiu à notícia avançada esta sexta-feira pelo Guardian, dizendo que não fará comentários sobre os procedimentos legais, mas sublinhando que “o Duque de York não é uma parte envolvida no processo”. Por isso mesmo, continuou um porta-voz do palácio, “não vamos fazer comentários. No entanto, para que não restem dúvidas, qualquer sugestão de atos impróprios com menores é categoricamente falsa.”