Ação, reação. Um ataque a um jornal é um ataque à liberdade de expressão. O ataque ao jornal Charlie Hebdo, que matou 12 pessoas – 10 jornalistas e dois polícias -, está a gerar um movimento de união e solidariedade em todo o mundo. Muitos desenhadores inundaram a internet com cartoons de homenagem aos jornalistas falecidos e os meios de comunicação estão a publicar tomadas de posição, face à situação.
Se está a utilizar as redes sociais Facebook ou Twitter, muito provavelmente já encontrou uma imagem que diz “Je Suis Charlie” com fundo a negro – igual à que aparece no topo deste artigo. Mas este é só um dos exemplos.
A revista norte-americana New Yorker, conhecida pelos seus cartoons, publicou no Twitter uma sátira à motivação do ataque – a utilização do Islão como tema de humor. Então, qual é a única forma de não ferir egos? Um cartoon em branco.
The @NewYorker #ChalieHebdo pic.twitter.com/JSr2I1ch1d
— MishaZand (@MishaZand) January 7, 2015
(Por favor, desfrute deste cartoon culturalmente, eticamente, religiosamente e politicamente correto de forma responsável. Obrigado.)
Este desenho não foi a única homenagem da revista. “Este é um momento perigoso para França, tanto no sentido imediato – há terroristas armados escondidos na capital – tanto a longo prazo porque as decisões que uma nação faz num momento de terror não são sempre as melhores, para ninguém. ‘O amor é mais forte que o ódio’, como escreveu a Charlie Hebdo anos atrás – e o que faz esta frase ganhar significado, e não um enchimento de ar num escritório – é lembrar quem tu és”, escreveu Amy Davidson, jornalista da New Yorker, num texto que analisa o que acabou de acontecer em França.
O jornal francês Liberation publicou no Twitter, há duas horas, a capa do jornal para quinta-feira. A mensagem é clara: na capa está escrito “Nós somos todos Charlie” e na contracapa aparece o último cartoon que Charb, um dos desenhadores que foi morto durante o ataque, criou.
— Libération (@libe) January 7, 2015
Por sua vez, o jornal Le Monde publicou no Twitter um desenho com a mensagem: “Todos os nossos corações estão com o Charlie Hebdo.”
« Le Monde » solidaire de #CharlieHebdohttp://t.co/pH3povg1F3 pic.twitter.com/bSdYIntM4r
— Le Monde (@lemondefr) January 7, 2015
O cartoonista Zep, que colabora também o jornal Le Monde, prestou homenagem aos seus antigos colegas de profissão através da linguagem que partilhava com estes: o desenho.
Adieu Cabu, Wolinski, Tignous, Charb…http://t.co/2g2T7Z84FQ pic.twitter.com/vBeAEKwhZZ
— Zep (@Zeptheworld) January 7, 2015
O jornal britânico Independent pediu ao cartoonista da casa, Dave Browns, para prestar homenagem ao que se passou em França.
The Independent's cartoonist @DaveBrownToons on the #CharlieHebdo attack. #JeSuisCharliehttp://t.co/ObRuaH7Apg pic.twitter.com/a7dbe6nQS9
— The Independent (@Independent) January 7, 2015
A embaixada dos Estados Unidos da América em França alterou a sua fotografia de apresentação no Twitter para a imagem que circula nas redes sociais “Je Suis Charlie”.
A contribuição do desenhador argelino Ali Dalem
Dieu est humour pic.twitter.com/KWyVCBnbM1
— Dilem (@DilemAli) January 7, 2015
(Deus é humor.)
A reivindicação do cartoonista Boulet.
https://twitter.com/Bouletcorp/status/552846084691996672
(Os patos vão voar sempre mais alto que as armas.)
Ruben L. Opphenheimer, desenhador holandês, inspirou-se nos ataques terroristas, a 11 de setembro de 2001, às torres gémeas, para criticar os acontecimentos do dia de hoje.
#CharlieHebdo pic.twitter.com/15O4YC2KWg
— Ruben L. Oppenheimer ????☠️ (@RLOppenheimer) January 7, 2015
James MacLeod
#JeSuisCharlie pic.twitter.com/FPYIswn625
— Dr.MacLeodCartoons FB.COM/MACLEODCARTOONS (@MacLtoons) January 7, 2015
Joep Bertrams
Charlie Hebdo. Nooit opzij. pic.twitter.com/MJwGKPQ8jU
— Joep Bertrams (@joepbertrams) January 7, 2015
David Pope
Can't sleep tonight, thoughts with my French cartooning colleagues, their families and loved ones #CharlieHebdo pic.twitter.com/LqIMRCHPgK
— David Pope (@davpope) January 7, 2015
https://twitter.com/sicevis/status/552849023858900992
(Às armas companheiros.)
Já em Portugal, o semanário Expresso publicou uma tomada de posição sobre o ataque ao Charlie Hebdo. “Atacar a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão não é apenas querer amedrontar os que, pela sátira e pela informação, revelam e confrontam as violências do mundo em que vivemos”, lê-se na mensagem.