Será que há um serial killer em Manchester, Inglaterra? Um grupo de psicólogos da Universidade de Birmingham acredita que sim. O grupo baseia-se nos 61 cadáveres recuperados nos últimos seis anos dos canais que atravessam as ruas da cidade e nas causas de morte, muitas delas sem explicação ou culpado. A Polícia já advertiu publicamente que a afirmação, sem provas, poderá causar “sofrimento” nas famílias das vítimas.

Segundo o “The Telegraph“, há já rumores que apelidam o alegado criminoso de “The Pusher”. A alcunha já mereceu uma hashtag e tem sido várias vezes referida nas redes sociais, como o Twitter e o Facebook. O responsável pelo grupo de psicólogos da Universidade de Birmingham, que reuniu um conjunto de informações sobre os cadáveres que foram encontrados nos canais de Manchester, diz que é difícil “descartar a possibilidade de crime”.

“Não acredito que tenham sido suicídios, porque os canais não são pontos de suicídio populares. Estatisticamente falando, o número de corpos é muito, muito maior do que seria de esperar de um curso de água”, referiu Craig Jackson.

Craig Jackson, que irá reunir com a Polícia de Manchester no início da próxima semana, sublinha que há muitas mortes em que nunca se chegou a saber a causa. Por exemplo, o corpo do turista canadiano Anthony Muise, 53 anos, foi descoberto em 2010 com uma perfuração no peito. E a sua morte continua por explicar. Chris Brahney, de 22, foi encontrado em 2012, dez dias após ter desaparecido misteriosamente. Também a investigação à sua morte continua sem culpados. Depois dele, um estudante, que ainda foi visto a abandonar a zona dos bares próxima do canal, acompanhado de um homem cuja identidade nunca foi descoberta.

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Quem vive ou trabalha naquela zona descreve as zonas mais escuras junto ao canal como “assustadoras”. Mas muitas não acreditam que poderá haver um serial killer à solta. Dizem tratar-se de um boato. E acreditam que as pessoas estão, sim, a cair à água por acidente ou descuido. E não porque alguém as empurrou.

Mas mais do que alguém que empurra pessoas, o professor Jackson põe a possibilidade de haver um serial killer por detrás destas mortes. “Os assassinos em série tendem a escolher entre os grupos de gays, prostitutas, pessoas mais velhas, migrantes ou sem-abrigo”, refere. 48 dos 61 cadáveres recolhidos das águas do canal não estavam identificáveis e eram todos do sexo masculino. “Acho que tem havido falta de ação – quer se trate de acidentes ou suicídios ou algo mais sinistro, ou a combinação dos três”, diz Craig Jackson.

Por seu turno, o responsável pela Polícia de Manchester rejeitou qualquer evidência de um criminoso. Russ Jackson sublinhou que está a trabalhar diretamente com as autoridades locais, como a Câmara Municipal, para perceber se estas mortes estão ligadas a acidentes por falta de iluminação, barreiras de segurança ou, mesmo, pelo consumo de álcool.

“A última coisa que queremos é causar mais sofrimento e virada para famílias enlutadas que pode ser falsamente levaram a acreditar que há uma série encadeada de ataques”, disse Russ Jackson.

Um criminologista da Universidade de Birmingham alerta para o facto de 61 mortes ser um número elevado. E diz que “a polícia odeia a sugestão de que pode haver um assassino em série” Já o Professor David Canter, psicólogo, considera “um pouco irresponsável” fazer afirmações sem provas. E lembra que, em causa, está uma área de grande dimensão, perto de locais onde “muitas pessoas” se embriagam.