O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, acusou esta quarta-feira os separatistas pró-russos na Ucrânia de estarem empenhados na “anexação flagrante” de uma zona no leste do país.
Os Estados Unidos estão “particularmente preocupados” com as tentativas dos rebeldes para “tomar um entroncamento ferroviário” na zona leste da Ucrânia, em violação do cessar-fogo assinado em setembro de 2014, acrescentou o chefe da diplomacia norte-americana.
John Kerry, que falava após uma reunião, em Washington, com a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, assinalou que, para ampliar o território sob o seu controlo, os rebeldes tentam apropriar-se de 1300 quilómetros quadrados na linha que separa o território ocupado pelos rebeldes do resto da Ucrânia.
“Uma apropriação de terras flagrante e em violação direta dos acordos de Minsk, que subscreveram”, reforçou, referindo-se ao acordo de cessar-fogo.
O secretário de Estado norte-americano, que descreveu os combates recentes como “uma situação alarmante”, assegurou que “os Estados Unidos continuam a apoiar a integridade territorial da Ucrânia, condenando todas as ações que visam minar a sua soberania”.
Entretanto, nas últimas 72 horas, cerca de 500 soldados ucranianos foram mortos em combates com as milícias rebeldes no leste da Ucrânia, tendo outros 1500 soldados ficado feridos e 16 sido presos, segundo os separatistas pró-russos.
O comandante adjunto do estado-maior das milícias separatistas de Donetsk, Eduard Basurin, revelou que foram ainda realizados “incessantes ataques às unidades ucranianas”, sendo destruídos 42 tanques e 34 blindados ucranianos.
A maioria dos soldados morreu na batalha pelo controlo estratégico do aeroporto de Donetsk, segundo a mesma fonte.
Se este número se confirmar, será o maior revés das forças governamentais desde o início da rebelião armada pró-russa nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, que ocorreu em abril de 2014.
Devido à escalada nos combates, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, viu-se obrigado a abandonar esta quarta-feira o Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça.