Os pais de 70 crianças que frequentam o infantário Capuchinho Vermelho, no Tortosendo, concelho da Covilhã, vão realizar esta quarta-feira uma ação de protesto contra a requalificação de funcionários naquela estrutura do Instituto de Segurança Social (ISS).

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz dos pais, Ricardo Abreu, explicou que os pais querem que sejam mantidas naquela instituição as quatro funcionárias (duas educadoras e duas auxiliares) colocadas na lista prévia de requalificação de trabalhadores do ISS.

“Fomos apanhados de surpresa com esta situação e não entendemos qual a necessidade de mexer no quadro de pessoal, desde logo porque consideramos que isso se refletirá na estabilidade dos nossos filhos”, afirmou.

Ricardo Abreu considerou ainda que “não faz sentido fazerem-se alterações ou substituições numa altura em que atividades já estão a decorrer dentro da normalidade”.

Este encarregado de educação sublinhou que o número de funcionárias ali colocadas corresponde às necessidades do infantário e garantiu que os pais não aceitarão a eventual redução do número de postos de trabalho.

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“Isso está fora de questão, mas também não concordamos com a substituição das pessoas em causa porque estas têm vários anos de casa e têm acompanhado da melhor forma possível os nossos filhos. É uma medida não beneficia ninguém”, sustentou.

Para os pais, há ainda o receio de que “este seja apenas o primeiro passo para o encerramento” daquele estabelecimento, o único, de entre os tutelados pelo ISS neste concelho serrano, cuja gestão não foi transferida para a Santa Casa da Misericórdia da Covilhã.

Durante a iniciativa, que está marcada para as 13h00 em frente ao jardim-de-infância e durante a qual serão distribuídas às pessoas flores feitas pelas crianças, os pais também pretendem manifestar solidariedade às funcionárias em causa.

O regime de requalificação dos trabalhadores do ISS deverá afetar 700 trabalhadores a nível nacional e prevê a colocação de funcionários públicos em inatividade a receberem 60% do salário no primeiro ano e 40% nos restantes anos.

No distrito de Castelo Branco e segundo dados do Sindicato de Professores da Região Centro, que já se congratulou com a ação de hoje, estão abrangidas “13 educadoras de infância, das quais só seis poderão vir a recuperar um posto de trabalho”.