A Moody´s manteve o rating da dívida portuguesa na nota Ba1, o que equivale ainda ao nível de lixo. Apesar da perspetiva estável, a agência alerta para os excessivos valores da dívida, da pública, mas também da externa. A dívida da economia portuguesa ao exterior atinge 116% do Produto Interno Bruto (PIB) e é uma das mais altas registadas no universo das dividas soberanas analisado pela Moody’s. Para baixar este fardo, é necessário que a economia portuguesa consiga registar excedentes externos nos próximos anos.

Do ponto de vista das contas públicas, o elemento que mais contribuiria para uma subida de rating será o progresso da consolidação orçamental, para além da atual legislatura, de forma a baixar a dívida pública. E se acontecer o contrário? Se o compromisso com a consolidação das contas públicas deste ou do próximo governo enfraquecer de forma significativa, pondo em risco a rota de sustentabilidade da dívida pública, o cenário mais provável é da descida do rating. Para já, a expectativa da Moody’s em relação ao défice está mais próxima da avançada pela troika, 3,2% do PIB, do que da meta do governo que é de 2,7%.

Outro contributo importante para a melhoria da nota seria uma performance económica mais forte que a estimada. E aqui a agência até vê sinais positivos para 2015. A descida do preço do petróleo, o euro fraco (que é bom para as exportações nacionais) e a descida do imposto sobre as empresas, são os fatores que podem acelerar a economia. A previsão é para já de um crescimento de 1,3% do PIB.

A Moody’s deixa ainda uma nota sobre as fragilidades da banca portuguesa, referindo a resolução do BES que consumiu uma parte substancial da almofada do Estado para apoiar a banca (3900 milhões de euros), mas também o facto de o BCP ter chumbado nos testes de stress. Este resultado refletia o balanço de 2013, tendo entretanto o banco tomado medidas para reforçar os rácios financeiros.

 

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