Chama-se Luiz Thadeu Nunes e Silva, tem 56 anos e passou quatro anos numa cama, por causa de um acidente de carro, no Brasil. Quando tirou os ferros que lhe fizeram crescer o osso da perna esquerda, em 2008, decidiu viajar pelo mundo, de muletas. “Pago uma promessa. Enquanto tiver lugar neste mundo para conhecer, vou conhecer“, disse, no artigo publicado na Folha de São Paulo.

O acidente ocorreu em 2004, quando o engenheiro agrónomo viajava de táxi perto da cidade de Assú, a 207 quilómetros de Natal. Estava sentado no banco de trás, com o cinto de segurança, mas o banco da frente partiu-lhe a perna esquerda. Uma infeção deixou-o na cama durante quatro anos e teve de ser operado 43 vezes. Os médicos sugeriram-lhe que fosse melhor amputá-la. Recusou.

Quando tirou os ferros que permitiram que o osso da perna fosse crescendo, decidiu fazer as malas e viajar. Desde 2008, já percorreu 75 países de muletas. “Na Finlândia, conheci um cego que mora sozinho com um labrador e viaja o mundo. Meus problemas são pequenos diante dos outros“, explicou.

Antes da viagem, Luiz Thadeu Nunes e Silva conhecia apenas três países. O objetivo, agora, passa por conhecer 120 a 150 destinos, sempre com passagens baratas. “Após 34 anos como perito federal agrário, estou em vias de me aposentar. O nome do cargo é bonito, o dinheiro é que é pouco. Tudo o que sobra é para viajar”, conta.

Acompanhado pelas muletas, diz que já passou pelos cinco continentes e que tomou banho em todos os oceanos. Na altura do Carnaval, vai estar na Rússia. “Eu sempre dizia para o meu pai: Terra, aproveite enquanto estiver em cima dela“, contou à Folha de São Paulo.

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