Gerardo Pollicita acusou, nesta sexta-feira, a presidente da Argentina de uma alegada tentativa de encobrir o envolvimento do Irão num ataque bombista perpetrado em 1994, em Buenos Aires, de acordo com o jornal Clarin, citado pela Bloomberg. Aquele procurador federal sucedeu a Alberto Nisman, encontrado morto a 18 de janeiro passado, na condução da investigação a Cristina Kirchner.

Num documento de 62 páginas, o procurador defende a tese de que a presidente, num memorando assinado com o Irão em 2013, terá aceitado retirar os nomes de funcionários iranianos de uma lista da Interpol, em troca de benefícios nas trocas comerciais entre os dois países. Além de Kirchner, Gerardo Pollicita acusa Hector Timerman, ministro dos Negócios Estrangeiros, Andres Larroque, deputado e outros apoiantes do governo argentino de estarem envolvidos no processo. Cristina Kirchner já reagiu, desmentindo as acusações de que é alvo.

Alberto Nisman era o procurador que ameaçava contar ao congresso tudo sobre o alegado envolvimento da presidente argentina no encobrimento dos responsáveis por um atentado à bomba contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina, que vitimou 85 pessoas em 1994. O procurador ia ser ouvido a 19 de novembro no congresso argentino, mas foi encontrado morto horas antes de depor. A polícia encontrou o corpo de Alberto Nisman no apartamento em Puerto Madero, na capital Argentina.

O corpo do procurador foi encontrado pela mãe na casa de banho, que se dirigiu ao apartamento depois de os seguranças privados terem alertado para a falta de resposta aos telefonemas e a polícia admitiu a hipótese de suicídio. Há, contudo, suspeitas de que pode ter sido assassinado. Por um lado, não foi encontrada qualquer nota de suicídio. Por outro, o procurador tinha pedido proteção e havia combinado com os seus guarda-costas que o fossem buscar a casa na manhã do dia em que foi encontrado morto.

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