As autoridades suíças forneceram novas informações ao Ministério Público sobre as contas tituladas por Carlos Santos Silva na Suíça. De acordo com revelações feitas esta sexta-feira pelo jornal i, entre os novos dados o MP terá descoberto que o grupo Lena omitiu a movimentação de um total de 2 milhões de euros, que terão sido transferidos pela construtora diretamente para contas pessoais que o amigo de infância de José Sócrates tinha naquele país. Santos Silva admite ter-se tratado de “prémios”.

Até aqui já se sabia que o grupo tinha pago 3,2 milhões de euros a empresas de Santos Silva, apenas no período de 2005 a 2010, desconhecendo-se, no entanto, os “prémios” de 2 milhões. De acordo com o que se lê no i, são várias as contradições encontradas entre o que consta em despachos do Ministério Público, o que Carlos Santos Silva disse durante o interrogatório do juiz Carlos Alexandre e ainda as recentes respostas dadas pelo Grupo Lena quando questionado por aquele jornal.

Segundo o i, o rasto do dinheiro levou os procuradores a identificarem os empresários António e Joaquim Barroca Rodrigues como os autores das transferências para aquelas contas offshore. Em respostas anteriores ao mesmo jornal, no entanto, a construtora tinha negado sempre o pagamento de quaisquer comissões a Santos Silva, afirmado que tudo o que pagou ao empresário da Covilhã tinha sido pela prestação de “serviços devidamente identificados”.

O facto de Carlos Santos Silvados ter recebido “prémios” já tinha sido revelada pelo próprio empresário da Covilhã em novembro, durante o interrogatório. Na altura, aquele que é suspeito de ser o testa-de-ferro de Sócrates admitiu ter recebido dinheiro de “grupos empresariais” nas suas contas pessoais, e não nas contas das empresas, mas não por se tratar de corrupção, apenas por, disse, se tratar de “prémios” pessoais. A ideia era que esses bónus não entrassem na contabilidade das empresas, disse Santos Silva, admitindo ter feito “asneira”.

Segundo os novos dados, o tal “grupo empresarial” é então o grupo Lena, para o qual Santos Silva chegou a trabalhar como administrador.

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