Isabel dos Santos, que detém 18,6% do BPI, espera que a administração do banco se pronuncie “brevemente” sobre a sua proposta de fusão com o BCP, num momento em que o CaixaBank já anunciou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a instituição e que o prazo para entregar uma oferta não-vinculativa ao Novo Banco, está a terminar – as propostas podem ser entregues até 20 de março. “A fusão com o BCP tem mais mérito”, defende o gestor e representante da investidora angolana.

Mário Leite Silva, administrador do BPI e representante de Isabel dos Santos, vem esta quinta-feira pressionar a restante administração do banco a responder ao desafio de fusão com o BCP lançado pela angolana. Ao Jornal de Negócios, o presidente da Santoro Finance, empresa detida por Isabel dos Santos, diz que espera “que o BPI também se possa pronunciar brevemente sobre o repto lançado pela Santoro” por acreditar “firmemente nos méritos e no potencial de criação de valor de operações deste tipo que trazem maior racionalidade ao setor financeiro português”.  

Também em entrevista por escrito ao Diário Económico, Mário Leite Silva desafia o Caixabank a dizer se deixa cair a OPA ou se sobe o preço, como sugeriu o BPI. O representante de Isabel dos Santos enunciou as vantagens desta fusão face à aquisição do Novo Banco, referindo que a fusão entre o BCP e o BPI criaria “uma instituição líder em Portugal e de referência em Angola, Moçambique e na Polónia”. “Este processo gerará uma significativa criação de valor e criará uma instituição com uma forte estrutura de capital. Em segundo lugar, a manutenção do ADN de ambas as instituições – a estrutura accionista forte, coesa e diversificada permitirá a manutenção de uma gestão portuguesa independente”, afirma o gestor.

Esta sexta-feira a administração do BPI vai voltar a reunir-se e a proposta de fusão suscitada por Isabel dos Santos deve constar da ordem de trabalhos.

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