O líder do partido liberal To Potami, que obteve 6,1% dos votos nas últimas eleições, critica o governo liderado pelo Syriza por estar a “rebentar” com as relações com a Alemanha, de forma “desmiolada”. Em entrevista ao Financial Times, Stavros Theodorakis diz que “é muito danoso para o país que o novo governo não tenha conseguido construir uma relação de confiança com os parceiros europeus e com a Alemanha”.

“Milhões de alemães vêm para a Grécia passar férias todos os anos e há laços próximos entre os nossos dois povos”, lembra Stavros Theodorakis, lamentando, por isso, que “um grupo de desmiolados esteja a querer rebentar com essa relação”.

Theodorakis defende que “os alemães hoje são amigos da Grécia e não devíamos ter ministros a provocarem uma relação hostil com eles”. O líder do quarto partido mais votado nas eleições de 25 de janeiro não especificou a que ministros se referia, numa altura em que o primeiro-ministro Alexis Tsipras suavizou o discurso nas últimas semanas e mesmo Yanis Varoufakis tenha tentado reabilitar a sua imagem na Alemanha. Um dos mais controversos tem sido Panos Kammenos, líder do partido que está coligado com o Syriza, que avisou que admite dar passaporte europeu a terroristas da jihad se Berlim não ceder nas negociações.

O líder do To Potami, um carismático jornalista de televisão, diz que até agora o governo tem estado a “andar para trás”, “encurralando-se a si próprio a lutar contra adversários imaginários e a insistir em questões sem grande significado, como as reparações de guerra“.

Stavros Theodorakis tem 51 anos e é jornalista de investigação e estrela da televisão grega. Como jornalista, tratou temas pouco populares na sociedade grega como o acesso à educação por parte das crianças ciganas e fez investigações que lhe valeram prestígio no meio do jornalismo. Em 2000, tornou-se apresentador de um talk show intitulado “Protagonistas”, batendo recordes de popularidade. A sua notoriedade, aliada à ideia da democratização do poder político e a uma postura informal, fizeram de Stravos um fenómeno político que já tinha conquistado mais de 6% dos votos nas eleições europeias de maio.

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