O presidente da Serra Leoa, Ernest Koroma, proibiu, numa mensagem à nação, os seis milhões de habitantes do país de saírem de casa entre 27 e 29 de março, para evitar a propagação do vírus ébola.
“Todos os habitantes da Serra Leoa devem ficar em casa por três dias, entre 27 a 29 de março”, disse o líder da Serra Leoa.
Koroma estendeu a todo o país uma ordem anterior, anunciada na quinta-feira pelas autoridades, que tinha limitado a área de contenção à região de Freetown e às zonas do norte do país, num total de 2,5 milhões de habitantes.
“Esta campanha é uma oportunidade para as comunidades participarem diretamente na luta para atingir zero casos [de Ébola] e de pensarem e orarem para a erradicação desta doença do nosso país”, disse Koroma.
O presidente anunciou restrições que impõem que “todos os cidadãos” fiquem em casa das 06h00 às 18h00 locais (mesma hora TMG e em Lisboa) de sexta-feira, 27 de março, até domingo, 29 de março”.
“Nenhuma atividade comercial será autorizada durante este período”, durante o qual os restaurantes e bares serão fechados e as atividades nas praias proibidas, disse Koroma.
Apesar de ser um país de maioria muçulmana, está previsto um abrandamento das restrições entre as 07h00 e as 14h00 de 29 de março, que coincide com a festa cristã do Domingo de Ramos.
A resolução de quinta-feira foi anunciada após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter confirmado na quarta-feira que o número de mortes por Ébola situou-se em 10.200 nos três países mais afetados pelo vírus — Serra Leoa, Guiné-Conacri e Libéria – em 24.350 casos registados.
Desde que a epidemia surgiu na África Ocidental, no sul da Guiné-Conacri em dezembro de 2013, a febre hemorrágica causou a morte de 3.700 pessoas na Serra Leoa.
A doença transmite-se por contacto direto com o sangue, secreções ou fluidos corporais de pessoas infetadas e ainda não existe tratamento nem vacina certificada.