A Grécia celebra esta quarta-feira o Dia da Independência, um feriado que comemora o início da Guerra da Independência Grega face ao Império Otomano, em 1821. Num conjunto de festividades organizado pelo Ministério da Defesa, milhares de militares vão marchar acompanhados de música tradicional e dança. Deverá encher a Praça Sintagma, não obstante ser de Bruxelas e de Frankfurt que se esperam decisões cruciais para o futuro imediato do país.
Segundo a agência Bloomberg, que diz ter contactado o Ministério da Defesa cinco vezes, não foi possível obter uma estimativa acerca dos custos das festividades junto do gabinete do ministro Panos Kammenos, ministro nacionalista que recentemente ameaçou “inundar” Berlim de jihadistas caso a Europa não ceda nas negociações com Atenas. Sem mais dinheiro da UE, a Grécia só aguenta até dia 20 de abril, disse terça-feira uma fonte próxima do processo à Reuters. Aí, os “cofres” de Atenas ficam completamente vazios e deixa de haver alternativas como a tesouraria de empresas e fundos públicos.
Participam na cerimónia o Presidente da República, Prokopis Pavlopoulos, bem como o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, e a presidente do Parlamento, Zoi Konstantopoulou. Estes responsáveis verão as celebrações a partir do Túmulo do Soldado Desconhecido. Ao contrário do que aconteceu nos anos recentes, não há quaisquer barras de metal a proteger a parte central do monumento. Além de militares, também polícias e bombeiros participam nas marchas.
As celebrações em Atenas ocorrem no mesmo dia em que a cúpula do Banco Central Europeu (BCE) faz nova teleconferência para decidir se promove mais um aumento do limite máximo do recurso dos bancos gregos à liquidez de emergência, resposta à contínua fuga de depósitos. Esse limite, que ronda os 70 mil milhões de euros, tem sido aumentado em doses cada vez mais pequenas e foi noticiado que, no último aumento, o BCE resistiu ao pedido do governo grego e aumentou o limite em apenas metade do que Alexis Tsipras e Yanis Varoufakis queriam.
Ao mesmo tempo, decorrem as negociações técnicas entre equipas do BCE, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI) com o governo de Atenas, para definir o conjunto de reformas com o qual Alexis Tsipras espera obter a “luz verde” do Eurogrupo para o desembolso, pelo menos parcial, da tranche financeira que está pendente.