O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) acredita que a lista VIP que tem feito correr muita tinta terá apenas quatro nomes: Pedro Passos Coelho, Cavaco Silva, Paulo Portas e Paulo Núncio, avança o Diário de Notícias na edição desta quinta-feira.
“Segundo as informações recolhidas pelo sindicato, a lista possuía quatro nomes”, disse Paulo Ralha ao DN e Dinheiro Vivo, precisando depois de quem se tratava e o mecanismo em questão. O presidente do STI explicou que a pesquisa do histórico ou dados fiscais de qualquer um dos quatro nomes acima mencionados acionaria um dispositivo automático que enviaria uma notificação ao alvo da consulta.
Como o Observador deu conta sexta-feira passada, dia 20 de março, Paulo Núncio negou a existência da lista e manteve-se intransigente durante a audição no Parlamento. Respondendo aos deputados durante cerca de duas horas, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais rejeitou qualquer responsabilidade e envolvimento na matéria e garantiu que, mesmo se lhe tivesse sido apresentada alguma lista, rejeitaria por considerar “ilegal”. O secretário de Estado apontou então para o inquérito que foi aberto na Inspeção Geral de Finanças, dizendo que “aguarda com serenidade as conclusões”. “Tudo o resto são especulações”, disse.
O caso da lista VIP fez cair Brigas Afonso, o diretor-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, algo que Paulo Ralha lamentou — “É quem menos responsabilidades terá nesta situação”. A investigação à lista VIP surgiu após a denúncia de que dois funcionários do Fisco consultaram os dados fiscais de Pedro Passos Coelho. Como contou o Jornal de Negócios, os inquéritos a esses dois funcionários evoluíram para processos disciplinares. Outros 27 funcionários tiveram também de lidar com esses procedimentos por terem acedido aos dados do primeiro-ministro.
Segundo o DN, esse número estaciona, afinal, nos 35 processos disciplinares, cinco de averiguação e 11 notificações de audição a trabalhadores. Todos eles estão relacionados com consultas feitas às páginas de Pedro Passos Coelho, Cavaco Silva e Paulo Portas. O histórico de Paulo Núncio não provocou nenhuma reação.